Lula sinaliza trégua ao Banco Central

“Não cabe ao presidente da República ficar brigando com o presidente do Banco Central”, disse Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou que irá dar trégua ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista concedida à “CNN Brasil” nesta quinta-feira (16). 

“Não cabe ao presidente da República ficar brigando com o presidente do Banco Central”, afirmou Lula, em entrevista à emissora. “Eu até teria direito, porque ele não é presidente do BC indicado por mim, ele foi indicado pelo Bolsonaro, ele foi indicado pelo Guedes. Então, significa que a cabeça política dele é uma cabeça muito diferente da minha e daqueles que votaram em mim. Mas ele está lá, tem um mandato”, complementou o petista.

De acordo com o presidente, Campos Neto precisa ver que o governo deve ser voltado para os mais pobres.

“Se ele topar, quando eu for levar o meu governo para visitar os lugares mais miseráveis desse país, vou levá-lo para ele ver. Ele tem que saber que a gente, nesse país, tem que governar para as pessoas que mais necessitam”, disse Lula.

Ainda segundo o petista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), “tem toda a disposição” para conversar com Campos Neto.

“Eu acho que Haddad tem toda a disposição para conversar com o presidente do BC. Já conversou várias vezes e vai continuar conversando. Se for necessário do presidente da República conversar com o presidente do Banco Central, de alguma coisa do interesse do Brasil, eu também não tenho problema nenhum para conversar com quem quer que seja”, afirmou Lula.

Haddad apresentará nova regra fiscal em março

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta para um novo arcabouço fiscal será apresentada em março. O prazo preestabelecido pelo Congresso Nacional para uma nova âncora era até agosto deste ano. A fala do ministro foi dita em evento promovido pelo banco BTG Pactual, na última quarta-feira (15).

“Nós vamos em março, provavelmente, anunciar o que nós entendemos que seja a regra fiscal adequada para o pais. O Congresso estabeleceu agosto, tínhamos puxado para abril por causa da LDO, mas a Simone ponderou, com razão, e Alckmin também, que para mandar pro Congresso junto com a LDO era bom a gente ter um período de discussão, porque nao tenho a pretensão de ser o dono da verdade”, disse Haddad.

De acordo com Haddad, o objetivo da antecipação é melhorar o diálogo sobre a nova regra para o controle das contas públicas.