A companhia de alimentos M. Dias Branco (MDIA3) reportou no segundo trimestre de 2022 um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 384 milhões. Segundo o Itaú BBA, o resultado ficou 58% acima do estimado pelo banco, além de 77% acima do consenso do mercado. Próximo das 14h50 (de Brasília), a ação da empresa subia 25,73%, a R$ 41,09.
Para o banco, a surpresa positiva no resultado foi impulsionada, principalmente, pela estratégia de preços da empresa, que desencadeou uma expansão de margem, já que os valores aumentaram mais rapidamente do que os custos.
Ainda assim, a análise do Itaú BBA aponta que a perda de participação no mercado de biscoitos no trimestre se deu, provavelmente, devido a seus aumentos de preços superando os da indústria. No setor de massas, a companhia manteve nível estável em um ano.
Por outro lado, o Itaú BBA enxerga que o desempenho positivo de preços da M. Dias no trimestre mais do que compensou suas perdas de participação de mercado, uma vez que o portfólio da empresa apresentou sólido desempenho de preços no segundo trimestre em geral.
Com isso, o faturamento consolidado da M. Dias cresceu 26% ano a ano, principalmente devido a um aumento de 36% nos preços médios. Os volumes encolheram 7%, o que o Itaú BBA enxerga como um resultado da sensibilidade dos consumidores ao novo patamar de preços e ao fato de a M. Dias ter aumentado os preços mais cedo do que as concorrentes.
M. Dias Branco tem queda em biscoitos e massas
Entre as principais linhas de produtos, os volumes de biscoitos e massas caíram 5% e 14% ano a ano, respectivamente, em comparação com as estimativas de 3% negativo e 3% positivo.
Ainda, em análise do Itaú BBA, os sólidos aumentos de preços mais do que compensaram a dinâmica de volume mais fraca, levando para uma expansão da margem Ebitda ajustada de 800 bps ano a ano, para 15,4%. A projeção do banco era de 10,1%.
Mas, apesar da forte expansão de margem da M. Dias no trimestre, a recente volatilidade nos preços do trigo em dólares e em participação de mercado da empresa está obscurecendo a história de investimento de curto prazo, segundo o Itaú BBA.
“Para nos tornarmos mais assertivos na dinâmica de primeira linha da M. Dias, precisaremos ter um entendimento mais claro de como a empresa espera que sua inflação de custos varie, em relação ao mercado, e de sua estratégia para gerenciar o tradeoff entre participação de mercado e margens no futuro próximo”, finaliza o banco.