A M. Dias Branco (MDIA3), líder nos mercados de biscoitos e massas no Brasil, reportou, nesta sexta-feira (17), o seu resultado no quarto trimestre de 2022. A registrou lucro líquido de R$ 15 milhões no período, queda de 89,7% ante os últimos três meses do ano retrasado. As informações são da Reuters.
O resultado foi influenciado pela piora dos custos de produção e pelos efeitos da guerra na Ucrânia sobre as cotações de insumos como o trigo.
O Ebitda ajustado, principal referência dos analistas para estimar a geração de caixa, encerrou o trimestre em R$ 121,3 milhões, recuo de 33,6% na comparação anual.
A receita líquida da M. Dias Branco cresceu 27,7% no quarto trimestre para R$ 2,76 bilhões e, no ano, atingiu o recorde de R$ 10,13 bilhões.
“Os custos da companhia subiram pela alta nos preços das commodities em dólar, com a guerra entre Rússia e Ucrânia… que são players relevantes na exportação de trigo”, afirmou o diretor-executivo de Relações com Investidores e Novos Negócios da M. Dias Branco, Fabio Cefaly, à Reuters.
O executivo disse ainda que a entrada da safra nacional de trigo, no segundo semestre de 2022, e a ampliação da oferta do cereal saindo da Ucrânia por um corredor de exportação no Mar Negro –que esfriou os preços da commodity na Bolsa de Chicago– não foram suficientes para arrefecer os custos da empresa ainda em 2022, devido à sua estratégia de carregamento de estoques e hedge.
Em geral, a M. Dias conta com um estoque médio de quatro meses para o trigo e óleo de palma, então, quando a guerra eclodiu no Leste Europeu em fevereiro do ano passado, a companhia já havia adquirido insumos a preços menores.
Nesta sexta, as ações da companhia fecharam com alta de 0,95% e cotação de R$ 31,82.
M. Dias compra empresa de massas no Uruguai
Buscando internacionalizar a marca, a M. Dias Branco (MDIA3) adquiriu em novembro a companhia de massas Las Acacias, no Uruguai, a primeira de outras aquisições que ainda podem acontecer fora do Brasil, segundo informações da “Reuters”.
Sem revelar o valor da transação, o diretor de Relações com Investidores e Novos Negócios da M. Dias Branco, Fábio Cefaly, afirmou que a companhia uruguaia foi escolhida por ser uma das três principais marcas do setor naquele país.
A empresa uruguaia conta com mais de R$ 100 milhões em faturamento anual e margem Ebitda de 14%. “Uma empresa ‘redonda’, em um setor que a gente já sabia operar… foi a melhor opção para a M. Dias começar seu crescimento fora do país”, disse Cefaly.