A XP Investimentos (XPBR31) avalia que o “forte impulso” observado nos resultados financeiros da M. Dias Branco (MDIA3) deve continuar com a queda das commodities.
Em relatório, os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca afirmam que mantêm visão positiva quanto à tendência da empresa em virtude da melhora nos fundamentos, como preços mais baixos de trigo e óleo de palma, e o reflexo positivo do repasse de preços para massas e biscoitos dos trimestres passados.
“De acordo com a nossa análise, os preços mais baixos do trigo e do óleo de palma ainda não foram totalmente refletidos nos resultados da empresa, sustentando a visão de uma forte dinâmica de lucros no futuro. Do ponto de vista dos preços dos produtos, a administração reforçou que devemos observar tendências positivas devido ao carrego do aumento de preços ocorrido no 1º semestre de 2023 e à redução do tamanho das embalagens”, observaram os analistas após reunião com o vice-presidente financeiro da empresa, Gustavo Theodozio, e com o diretor de Relações com Investidores, Fabio Cefaly.
Segundo os analistas, os executivos da M. Dias Branco manifestaram preocupação com a reforma tributária, embora a avaliação seja de impacto limitado. “O pior cenário possível exigiria um aumento de preço de aproximadamente 2% para compensar o efeito da reforma. Mesmo no pior cenário, vemos a empresa sendo negociada a um valuation atrativo de 10,6 vezes P/L (índice preço sobre lucro) para 2024”, aponta a XP.
A XP acrescenta que o atual nível de participação de mercado da M. Dias Branco em massas, de 28,1% ao fim do segundo trimestre após a redução do tamanho de embalagens, ainda preocupa a administração da empresa.
“A administração está confortável com a participação de mercado de biscoitos e bolachas no curto e médio prazo”, apontam os analistas. De acordo com a XP, a companhia não descarta eventuais fusões e acusações em meio à menor alavancagem.
Apesar da tendência positiva, a XP citou o excesso de otimismo dos investidores com o terceiro trimestre da empresa e forte estratégia de recompra de ações em 2022 como riscos no curto prazo para a companhia.
“A margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar entre 16% e 17%, um valor mais alto é possível, mas pode prejudicar o crescimento no longo prazo. Além disso, enquanto os investidores de São Paulo estão principalmente focados na dinâmica do mercado e nos preços das commodities, os investidores do Rio de Janeiro estão preocupados com os possíveis impactos negativos da reforma tributária”, ponderam os analistas.
A informações são do Broadcast / Estadão
J.P. Morgan mantém recomendação de compra
O J.P. Morgan reiterou sua recomendação de compra para as ações da M. Dias Branco. Além disso, o banco norte-americano estipulou um preço-alvo de R$ 53,50 para os papéis da companhia.
Em relatório, os analistas do J.P. Morgan afirmaram que a recente queda das ações da M. Dias Branco representa uma “oportunidade atraente de compra das ações”, visto que o banco vê a baixa como injustificada.
Segundo o documento, a visão dos analistas é que não houve nenhuma alteração nem nos fundamentos, nem na dinâmica da empresa, que seguiria positiva.
“Com a queda dos custos relacionados a commodities, preços sólidos e foco em produtos premium, esperamos que as margens se expandam em quase 13 pontos percentuais em relação ao ano anterior até o final do ano”, disseram.
Na visão do J.P. Morgan, a M.Dias Branco está sendo negociada a 9,4 vezes seu lucro esperado para o próximo ano. Para a instituição financeira, o valor justo seria 14x.
Para finalizar, outro ponto relevante destacado na análise sobre a M.Dias Branco é que os custos dos principais insumos da companhia, como o trigo e óleo de palma, deverão ter quedas no segundo semestre. A matéria-prima corresponderia a 60% dos custos de produção.