Os resultados referentes ao segundo trimestre de 2024 da Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3) causaram boas reações no mercado. As varejistas reverteram os prejuízos registrados em 2023 e geraram lucros.
A Casas Bahia (BHIA3) reportou lucro de R$ 37 milhões, impulsionado, principalmente, pelo recuo de 94,8% no resultado líquido financeiro, que ficou negativo em R$ 42 milhões, ante ao resultado negativo de R$ 801 milhões apresentado um ano antes.
Já a Magazine Luiza (MGLU3) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 37,4 milhões no 2TRI24 e altas na receita e Ebtida.
O resultado foi a subida das ações. A BHIA3 chegou a subir 25%, enquanto a MGLU3, 3,35%. Apesar da boa repercussão, porém, o economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, defende a neutralidade dos investidores – nem compra, nem venda dos papéis.
“Não vejo ainda o cenário econômico conspirando para que essas empresas voltem a ganhar mais valor, de fato. Então, se você não está com o papel, não entre. Se tiver com o papel, não saia”, indicou Corano.
O especialista destacou, porém, que a escolha de comprar ou vender ações também depende de uma estratégia particular do investidor. “Porque depende da composição da carteira, dos interesses, da visão de longo prazo. Mas a minha indicação seria neutra”, disse Bruno.
Para o vice-presidente do Conselho de Administração do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), André Vasconcellos, além de estratégia pessoal, investidores precisam levar em conta a recuperação financeira da empresa, tendências de preço, condições econômicas como inflação e taxas de juros na hora de decidir pela compra ou venda de ações.
“É importante avaliar os resultados recentes e observar os gráficos para identificar oportunidades, além de considerar consultar um analista financeiro para uma orientação mais precisa”, aconselhou Vasconcellos.
O especialista chamou atenção para os números da Magalu (MGLU3), que, segundo ele, podem ser considerados animadores para o mercado.
“Os resultados positivos do Magazine Luiza, como o crescimento do Ebitda e a recuperação das margens, podem ser considerados animadores para os investidores, especialmente após períodos de prejuízo. A volta ao lucro e a melhora nas margens indicam uma possível recuperação e eficiência operacional, o que pode aumentar a confiança dos investidores na empresa”, afirmou André.
Magalu (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e a crise do varejo
O bom desempenho acontece em meio a uma grande crise no varejo. A Casas Bahia (BHIA3) anunciou, no final de abril, um plano de recuperação extrajudicial, com dívida estimada em R$ 4,1 bilhões.
A Magalu (MGLU3), por sua vez, voltou a lucrar no quarto trimestre de 2023, após dois anos no vermelho. A empresa chegou a reportar um prejuízo de R$ 15,2 milhões no 4TRI22.
O que tem sido feito para avançar nesse cenário, de acordo com Bruno Corano, é um processo de reestruturação a partir da redução do número de lojas e das despesas. Além disso, Corano destacou que as empresas tentam recompor a margem de ganho após o aumento da inflação.
“No caso das Casas Bahia, por enquanto, os indicadores estão mostrando que as reformulações estão surtindo efeito mais rapidamente do que na Magazine”, disse o economista.