Mesmo com a negativa do mercado no primeiro momento, analistas veem que o agrupamento de ações do Magalu (MGLU3) deve cumprir com o prometido: gerar mais estabilidade para os papéis.
O Magalu anunciou, nesta sexta-feira (22), que seu Conselho de Administração aprovou a proposta de agrupamento de ações na proporção de 10 para 1. Após o anúncio, as ações da companhia derreteram, fechando o pregão com queda de 3,52%, cotada a R$ 1,92.
O CEO da Smart House Investments, André Colares, apontou ao BP Money que o aporte financeiro está em linha com os objetivos da varejista.
“Esses movimentos estratégicos revelam uma visão de crescimento e adaptação num mercado varejista cada vez mais digital e competitivo, onde o sucesso dependerá da habilidade da empresa em converter esse novo capital em vantagens competitivas sustentáveis e tangíveis”.
Além disso, o CEO acrescenta que “se bem executadas, elas podem não apenas reafirmar a posição da empresa no mercado como varejista inovadora, mas também trazer retornos significativos aos acionistas que mantiverem a confiança na visão de longo prazo da companhia”.
Contudo, o agrupamento pode gerar algumas intercorrências para certos acionistas. Fabio Murad, CEO da Ipê Investimentos, pontuou que “é importante lembrar que os investidores que possuem menos de 10 ações receberão em dinheiro o valor desses papéis e, portanto, deixarão de ser acionistas”.
Para ele, o movimento pode levar, também, a uma diminuição na base de acionistas da varejista.
Aumento de capital também contribui para estabilidade do Magalu (MGLU3)
Ainda na sexta-feira, o Magalu informou ao mercado um aumento de capital, estimado no valor total de R$ 1,5 bilhão. Para que o Conselho Administrativo aprovasse a proposta foi necessário a subscrição de 641.025.641 ações.
O negócio equivale a 100% da oferta, ao preço de emissão de R$ 1,95 por ação. Murad reiterou que esse aumento de capital será usado para acelerar os investimentos em tecnologia da empresa.
“Esses investimentos podem fortalecer a posição competitiva do Magazine Luiza no mercado e contribuir para o crescimento sustentável da empresa a longo prazo”, afirmou o CEO da Ipê Investimentos.
Enquanto isso, Colares indicou que “esse aporte financeiro está claramente alinhado com a ambição da varejista de fortalecer sua infraestrutura tecnológica e de inovação, prometendo investimentos robustos em áreas como o Luizalabs, marketplace, e serviços fintech”.
O desafio está em equilibrar as expectativas imediatas do mercado com os objetivos estratégicos de crescimento sustentável e inovação, disse ele.
Por diversos motivos, os papéis do Magalu têm enfrentado uma tendência de queda nos últimos pregões do Ibovespa. Entre essas razões, Colares listou a deterioração da macroeconomia – impactando a renda e demanda – e o ambiente competitivo agressivo – afetando o crescimento e rentabilidade do e-commerce local.
“Portanto, embora o grupamento de ações possa ajudar a reduzir a volatilidade, ele não garante necessariamente uma reversão na tendência de queda das ações. É crucial que os investidores considerem todos os fatores relevantes ao tomar decisões de investimento”, finalizou.