O Magazine Luiza (MGLU3) comunicou ao mercado na segunda-feira (13) os resultados recortados no terceiro trimestre de 2023. A varejista apresentou um lucro líquido de R$ 331,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 190,9 milhões do mesmo período de 2022.
Em comunicado, a varejista atribuiu a melhoria do lucro líquido no último balanço principalmente à reversão de créditos tributários.
Na visão de Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset, o resultado do Magazine Luiza, em comparação com os outros trimestres, nos quais reportou prejuízo, foi positivo, pois reportou um aumento das vendas e da margem bruta.
“O Magalu teve sim um bom resultado comparado aos outros trimestres, reportando um crescimento de 2% nas vendas da lojas físicas e tendo também a maior margem bruta dos últimos 6 anos. Além disso, a empresa teve um superávit de 35% no seu e-commerce, atingindo um patamar de R$ 10,9 bilhões”, justificou o CEO da Box Asset.
Assim como Gonçalvez, Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, analisa o balanço do terceiro trimestre da companhia como positivo. Apesar disso, o analista de mercado vê o resultado com cautela por conta da reversão de créditos tributários, que impulsionaram os dados do Magazine Luiza.
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“O grande destaque do resultado sem dúvidas foi a reversão de créditos tributários, que trouxe o resultado da empresa para o campo positivo. Contudo, se retirado esse ponto, a empresa segue reportando um resultado negativo, mas o resultado foi melhor que o trimestre anterior. Dado todo esse contexto, a visão do resultado pode ser vista como positiva”, disse.
Magazine Luiza anuncia erro contábil; e agora?
O Magazine Luiza (MGLU3) ainda afirmou na segunda-feira (13) que foram identificadas incorreções em lançamentos contábeis de bonificações a fornecedores, levando à reapresentação de demonstrações financeiras da companhia.
O efeito total dos erros no patrimônio do Magazine Luiza seria de R$ 829,5 milhões. A empresa, contudo, explicou que usará créditos fiscais de R$ 688,7 milhões para amenizar o impacto no patrimônio líquido.
Na visão de Lima, apesar do receio do mercado sobre uma possível fraude contábil como a reportada pela rival Americanas (AMER3) no começo deste ano, o caso não é tão grave como parece ser, já que não envolve fraude e nem impacta tanto o fluxo de caixa da varejista.
“Comparando com o caso Americanas, as imprecisões do Magazine Luiza não são tão materiais quanto outras observadas no setor e são de natureza diferente. Enquanto o caso Americanas envolve questões mais graves de governança, fraude e impacto financeiro significativo, as incorreções do Magalu parecem ser mais limitadas e não necessariamente afetam o fluxo de caixa”, explicou o analista da Ouro Preto Investimentos.
