Mercado

Magalu (MGLU3): S&P reafirma ratings ‘brAA-’ com perspectiva negativa

Agência diz que há uma em três chances de rebaixamento

A agência de classificação de risco S&P Global manteve o rating da Magazine Luiza (MGLU3) em ‘brAA-’ com perspectiva negativa, conforme relatório publicado na quinta-feira (7).

Em sua análise, a S&P lembra que em 14 de novembro colocou os ratings da Magalu em “CreditWatch” com implicações negativas devido à publicação de ajustes contábeis relacionados a bonificações comerciais.

“Após uma análise mais aprofundada dos ajustes e a atualização do nosso cenário-base incluindo os resultados do terceiro trimestre de 2023, acreditamos que as métricas operacionais e de crédito da empresa continuam em linha com nossas expectativas anteriores”, disse a agência no comunicado.

A expectativa da S&P é de que a empresa termine o ano com endividamento ainda elevado,com dívida líquida ajustada sobre EBITDA de 6,3x, reduzindo para 4,6x em 2024 e 3,6x em 2025 com as melhorias de rentabilidade e geração de caixa esperadas para os próximos anos. “Esperamos melhora nas métricas de fluxo de caixa operacional livre(FOCF – free operating cash flow) sobre dívida de 3,2% em 2023 para 4,2% em 2024 e 15% em 2025”, prevê a agência.

“A perspectiva do rating de emissor é agora negativa, indicando uma em três chances de rebaixamento e refletindo as fracas métricas de crédito em 2023, os riscos da indústria de varejo discricionário brasileira”, resumiu.

Magazine Luiza: CVM abre processo para investigar rombo em balanço

Em novembro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) comunicou ao mercado, a abertura de um processo administrativo para investigar a alegação de que a Magazine Luiza (MGLU3) teria cometido equívocos em seus balanços anteriores ao contabilizar bônus destinados a fornecedores que atingissem metas.

Como resultado, as demonstrações financeiras referentes ao ano passado e ao primeiro semestre deste ano (1S23) registraram uma redução conjunta de R$ 1,3 bilhão na conta de fornecedores. Esta redução seria parcialmente compensada por créditos tributários de R$ 503 milhões de PIS e Cofins, em decorrência de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A CVM confirmou, por meio de nota ao jornal, a abertura do processo, destacando, no entanto, que não comenta casos específicos. Os equívocos nos balanços vieram à tona após uma denúncia anônima, revelada pela empresa em março, e foram objeto de investigação por meio de auditoria externa realizada pelo escritório TozziniFreire Advogados e pela PwC.

A denúncia alegava que as práticas de bonificação violavam o código de ética da empresa. A varejista afirmou que essa alegação não foi confirmada, no entanto, durante a investigação, foi identificado que os bônus estavam sendo contabilizados nos balanços antes da confirmação de que as metas seriam alcançadas.

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