A agência de classificação de risco S&P Global Ratings reduziu a nota de crédito nacional do Magazine Luiza (MGLU3), que passou de “brAA+” para “brAA-”, com perspectiva negativa mantida.
Segundo a agência, o corte da nota de crédito se deve a patamares de alavancagem acima do esperado. Atualmente, o setor de varejo no país vive um momento difícil, impactado, principalmente, pela alta carga tributária.
“Apesar do crescimento de vendas e das medidas que vêm sendo tomadas pela empresa para recuperar a rentabilidade, o ambiente macroeconômico ainda desafiador para o setor de varejo, bem como o impacto da maior carga tributária nas margens, deverão atrasar a desalavancagem em mais um ano”, disse a agência no comunicado emitido na quarta-feira (30).
Dívida de curto prazo supera caixa no 2T23
A Magazine Luiza reportou um dado preocupante no segundo trimestre de 2023. A empresa registrou caixa de R$ 8,1 bilhões no período, o que inclui R$ 5,7 bilhões de recebíveis de cartão de crédito. Portanto, considerando apenas o caixa disponível, que soma o saldo em caixa com as aplicações financeiras, o total é de R$ 2,5 bilhões, segundo estimativa do TradeMap.
O montante é inferior às dívidas de curto prazo da companhia, com vencimento até o fim de 2024, de R$ 2,8 bilhões. É a primeira vez que as dívidas de curto prazo superam o caixa disponível desde o terceiro trimestre de 2016, também de acordo com o TradeMap.
“A geração de caixa continua fraca e, se a empresa não conseguir estender os vencimentos de dívida de curto prazo com os bancos, é provável que precise de uma capitalização”, disse um gestor de ações ao Pipeline, do “Valor Econômico”.
No segundo trimestre, as despesas financeiras do Magalu atingiram R$ 627,7 milhões, alta de 7,6% em um ano, que foram impactadas, segundo a empresa, pela taxa de juros alta, hoje em 13,25%.