A Marisa (AMAR3), teve dois pedidos de falência solicitados por credores na Justiça de São Paulo. A varejista de vestuário está em processo de reestruturação de dívidas.
De acordo com documentação a qual o jornal “Valor” teve acesso, a primeira ação tramita desde o dia 3 de maio na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital, no valor de R$ 363,5 mil, requerida pela MGM Comércio de Acessório de Modas.
Nos autos, a MGM informa que foi fechado um acordo de renegociação das dívidas em aberto com a Marisa, mas não “foram adimplidas as devidas parcelas”. A carta de citação à rede já foi expedida na quarta-feira (10).
O segundo pedido, da fabricante de calçados Oneflip Indústria e Comércio, distribuído também para a 2º Vara de Falências, refere-se a uma dívida de R$ 345,7 mil. A ação tramita no tribunal desde a terça (9).
A Marisa emitiu nesta quinta (11) um comunicado ao mercado em resposta aos pedidos de falência. “A Companhia reitera que ainda não foi citada no processo de falência aludido no Ofício. Adicionalmente, a Companhia esclarece que, de acordo com suas pesquisas públicas, referido processo de falência tem um valor de R$173.501,42 e que a Companhia apresentará sua defesa tão logo tenha sido citada. A Companhia manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados sobre quaisquer andamentos relacionadas ao objeto do Ofício”, argumentou a varejista à Justiça.
O presidente da Marisa, João Pinheiro Nogueira Batista, disse nesta quarta que os pedidos de falência da empresa são de valores “muito pequenos”, e tratam-se de montantes que restaram no processo de negociação da companhia com fornecedores e bancos.
“São coisas bem pequenas, e nada representativas perto dos mais de 90% dos fornecedores com quem já conversamos e conseguimos alinhar conversas, tudo de forma muito organizada. Estamos com um processo avançado de renegociação de dívidas, criando uma empresa mais saudável, e com apoio da ampla maioria de nossos parceiros”, disse ele.
“Tentamos acordos [com os dois credores] e agem assim porque não quiseram, então houve oportunidade para negociarmos”, diz.
Marisa aposta em plano de reestruturação para elevar ações
A Marisa respondeu ao ofício emitido pela B3 em abril, sobre as negociações de suas ações. Em fevereiro, o mercado notou que os papéis ficaram abaixo de R$ 1 e questionou a varejista.
A Marisa comunicou que os resultados do novo plano de reestruturação “deverão ser suficientes para os investidores no mercado acionário reconhecerem o valor implícito e elevarem a cotação das ações acima de R$ 1”, conta o documento.
A empresa afirmou que irá monitorar diariamente a cotação de suas ações e avaliar, nos próximos meses, as alternativas para enquadrar as cotações, incluindo o procedimento de grupamento de ações, antes da data limite de 27 de setembro estabelecida pela B3.