Melhora no cenário hídrico beneficia ações

A recuperação da crise hídrica possibilitou diversos setores da bolsa brasileira atingirem uma correção sobre suas perdas.

A crise hídrica, que foi potencializadora para o desempenhos de baixos rendimentos do Ibovespa no segundo semestre do ano passado, tem se arrefecido neste início de 2022 possibilitando que diversos setores da bolsa brasileira atinjam correção sobre suas perdas.

De acordo com boletim mensal divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em 7 de janeiro, os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste devem continuar em recuperação após o período de fortes chuvas que ocorreu entre os dias 8 e 14, e chegar ao fim do mês com 40% de capacidade, enquanto Norte, Nordeste e Sul devem alcançar, respectivamente, 73,2%, 70,2% e 34,8%. 

A melhora no cenário hídrico, assim, dá aval à perspectiva de um desempenho mais forte do Ibovespa à frente, ao influenciar não somente o segmento de energia, mas também ações ligadas à economia nacional, que são mais sensíveis aos juros e à inflação.

A partir disso, gestores esperam que a conjuntura continue a melhorar ao menos até o fim do verão, o que pode inspirar mudanças nos portfólios. Com as chuvas intensas, o cenário para as geradoras hídricas e térmicas deve se inverter em 2022, afirma Marcelo Sandri, analista de setor elétrico da Perfin Investimentos.

“Achamos que o setor elétrico da bolsa ainda não reagiu, em termos de preços, a uma notícia tão positiva para o segmento. A chance de um racionamento beira zero. Você tirou um risco de cauda muito grande, que foi uma nuvem que pesou de maneira intensa no ano passado”, afirma. Os papéis preferenciais da Cesp, por exemplo, caíram 10% no segundo semestre de 2021 e sobem 6,04% este ano.

 

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