Mercado assume cautela com fiscal e Ibovespa fecha em forte queda

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (1º) com baixa de 1,23%, aos 128.120,75 pontos. O dólar comercial subiu 1,53%, a R$ 5,87.

O Ibovespa operou com cautela diante do cenário de insegurança com o risco fiscal no Brasil, mas também observando como a economia se desenrola nos EUA, com a divulgação do payroll. Na Bolsa brasileira, os juros futuros avançaram, o que gerou uma outra pressão sobre o índice, que não descia aos 128 mil pontos há quase 3 meses.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, 

O analista Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, ressaltou que a expectativa de um atraso na divulgação do pacote fiscal gera um clima de insegurança, e a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aumentou a desconfiança no mercado.

Na avaliação do especialista, o resultado do payroll dos EUA, que mostrou a criação de 12 mil vagas de trabalho em outubro, não se traduziu em otimismo no Ibovespa. O número surpreendeu o mercado, pois veio abaixo do esperado.

“Sem definições claras sobre o plano fiscal, o mercado deve permanecer cauteloso, e o dia de hoje evidencia como a falta de ações concretas no cenário doméstico pode impactar negativamente o desempenho do Ibovespa”, disse Iarussi.

O dólar ultrapassando os R$ 5,80 refletiu esse cenário, mas também a instabilidade política nos EUA, com a proximidade da eleição presidencial. O número do payroll também lançou um alerta para os investidores, que voltaram a apostar mais em hedge cambial, segundo Iarussi.

No radar corporativo, a Azul (AZUL4) esteve entre as maiores quedas devido ao rebaixamento do rating de “CCC” para “CC” pela Fitch – agência de classificação de risco. 

No sentido contrário, a Eztec (EZTC3) se destacou positivamente após a divulgação de seu balanço trimestral, que reportou um lucro líquido de R$ 132,6 milhões, o que representa um impressionante aumento de 239% em relação ao ano anterior.