Finance Day

Mercado para crédito é bom com juros e inflação altos, diz PM da Occam

Petrônio Cançado, PM (Product Manager) de crédito privado da Occam, analisou cenário de crédito durante o Finance Day

Finance Day / Petrônio Cançado, Occam
Petrônio Cançado durante o Finance Day / Foto: Julio Fugimoto / BP Money

O Finance Day foi realizado na manhã desta quarta-feira (15), no Itaim, em São Paulo. Promovido pela ABAI (Associação Brasileira de Assessores de Investimentos) e pelo BP Money, o evento teve como tema central “o panorama do crédito na economia e no mercado imobiliário. O mercado de capitais é a solução?”.

Com mediação de Eduardo Vahan, sócio-fundador da Manatí Capital, o debate foi realizado por José Urbano, ex-VP de Habitação da Caixa Econômica, e Petrônio Cançado, PM (Product Manager) de crédito privado da Occam e Ex-Diretor do BNDES.

Durante a palestra, Cançado analisou o atual cenário econômico destacando o poder dos EUA em todo o mundo. “Olhando para a perspectiva a longo prazo dos EUA, temos uma noção melhor desse cenário. Vivemos um período longo de juros e inflação muito baixo e o ponto é que passamos dessa fase, mas que isso é normal”.

Eduardo Vahan, da Manatí Capital, Petrônio Cançado, da Occam, e José Urbano, conselheiro da Manatí / Foto: Julio Fugimoto / BP Money

De acordo com o PM de crédito privado da Occam, juros altos e inflação alta torna o mercado bom para crédito.

“Tivemos um ciclo de alta de juros nos EUA por conta de inflação o que é bom para crédito e para renda fixa. Por conta de uma série de dados e da postura do presidente do Fed apontavam que estávamos, aparentemente, num cenário de uma coisa muito boa, com a economia perdendo força gradualmente e podendo baixar juros por conta da inflação”, avaliou Cançado.

“As pessoas começaram a acreditar, no início deste ano, num início de queda de juros lá fora e este cenário é de tomada de risco no mundo inteiro, o que contribui para isso”, completou.

Segundo ele, o “patamar elevado” no cenário de juros reduz o apetite a risco e faz outros países olhar para os EUA. “Se a economia lá está forte, por que eu vou investir no Brasil?”, questionou. “As pessoas começaram a chamar mais atenção para problemas que temos no Brasil e isso veio para ficar”.

Americanas e Light trouxeram aprendizados ao mercado de crédito

Ainda de acordo com Cançado, 2023 trouxe uma crise no mercado de crédito por conta de dois eventos proporcionados por Americanas (AMER4) e Light (LIGT3), o que assustou, mas que trouxe aprendizados ao mercado brasileiro.

“A gente cresce na dor e ali houve um crescimento. As pessoas precisam buscar oportunidades de investimentos que estão ligadas ao momento adequado. Mas, de fato, o evento gerou incerteza. Porém, se houver paciência, verá que o mercado recupera”, destacou o especialista da Occam.

Para ele, o maior desafio do investidor é selecionar bem o gestor de investimentos. Há um ambiente muito bom para crédito e, com isso, os grandes desafios é escolher o gestor e os ativos.

“Se você pega os últimos doze meses podemos acompanhar um desempenho espetacular no cenário de crédito, o que mostra que essa classe de ativos é uma classe elegível. E como se investe nisso? ‘A perda de crédito é improvável, mas quando acontece ela não é’. Como se proteger? Tem que escolher os gestores, escolher pulverização na carteira e tem que entender o que está acontecendo. É muito uma questão de entendimento”, avaliou.

Cerca de 60 empresários, assessores de investimentos e formadores de opinião compareceram ao café da manhã realizado por Abai e BP Money. O evento contou com apoio da Manatí Capital, do Banco Master, da Occam e da Newave Energia.