
O mercado de criptomoedas encerra 2025 com forte retração. O Bitcoin, que chegou a ultrapassar os US$ 120 mil em outubro, recuou para a faixa dos US$ 87 mil em novembro, apagando boa parte dos ganhos acumulados ao longo do ano.
A correção também atingiu ativos como Ethereum e Solana, gerando uma perda estimada de mais de US$ 1 trilhão em capitalização global.
Fatores macroeconômicos e fuga de risco agravam o cenário
Entre os principais vetores do movimento estão a redução da liquidez internacional, o aumento das saídas de capital institucional e os ajustes em posições alavancadas.
A incerteza regulatória internacional e a pressão de políticas monetárias dos EUA também contribuem para a aversão ao risco.
Fernando de Carvalho, head de digital assets da OnilX, avalia: “Estamos vivendo um processo natural de ajuste após um ciclo de valorização acelerado. A combinação de juros elevados, menor liquidez e realização de lucros cria um ambiente de correção ampla, especialmente em mercados altamente sensíveis ao fluxo institucional, como o de criptoativos.”
Criptoativos seguem os ciclos dos ativos tradicionais
Apesar do discurso recorrente de descorrelação, Fernando afirma que o mercado de criptomoedas passou a responder com mais intensidade aos movimentos dos ativos tradicionais: “O comportamento atual reforça que o mercado cripto vem acompanhando os ciclos de volatilidade da economia global.”
Perspectivas para o início de 2026 no mercado cripto
Para o primeiro trimestre de 2026, a projeção é de consolidação e baixa liquidez. Segundo Fernando, “o início de 2026 pode não apresentar força suficiente para retomadas abruptas. Antes de observar novas altas, será necessário acompanhar sinais concretos de retorno do capital institucional e estabilização macroeconômica.”
Vetores de recuperação: regulamentação e tokenização
Apesar do cenário de correção, o especialista vê fatores estruturais que podem influenciar positivamente o mercado ao longo de 2026: “A regulamentação brasileira vem avançando, o que cria um ambiente mais seguro para investidores e instituições. Paralelamente, a tokenização de ativos reais e os avanços em interoperabilidade entre blockchains fortalecem a infraestrutura do mercado.”
Recomendações para investidores: gestão de risco e leitura de fluxo
Para quem pretende se reposicionar, a recomendação é acompanhar dados como entrada e saída de ETFs cripto, níveis de liquidações forçadas, movimentação de grandes carteiras e variações nos juros internacionais. “Em momentos de volatilidade elevada, o foco deve estar em gestão de risco, diversificação e análise de fundamentos, evitando decisões impulsivas baseadas apenas em especulação”, finaliza Fernando.