Cena realista mostrando um investidor observando um gráfico de bitcoin em queda após uma bull run, com o skyline de uma cidade ao fundo sob um céu nublado. O gráfico exibe claramente a valorização seguida de ajuste no preço do bitcoin, com velas vermelhas e uma seta descendente representando o movimento do mercado. Ícones de bitcoin e ethereum flutuam digitalmente no céu, simbolizando o impacto das criptomoedas na economia moderna. A imagem transmite o momento de correção do mercado cripto com destaque visual para o bitcoin.
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O mercado cripto virou a chave: depois de mais de dois anos de entradas sustentadas, os fluxos líquidos passaram a ficar negativos. Para Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, o movimento tem cara de transição, e não de ruptura.

Na leitura do executivo, o período recente foi marcado por um ciclo de valorização em 2025 e, agora, o setor passa por um ajuste de posição.

“A recente mudança para fluxos líquidos negativos de capital no mercado cripto, após mais de dois anos de entradas sustentadas, marca uma fase natural de arrefecimento depois do bull run de 2025”, afirmou Prado.

Fluxo de capital cripto volta ao negativo: o que muda?

Segundo Prado, a virada no fluxo não aponta falta de interesse, mas uma reorganização do capital, principalmente o institucional. “As saídas dos ETFs de BTC e ETH refletem um reposicionamento institucional, e não uma perda de convicção”, disse.

Ele também relaciona o momento a uma etapa de “normalização” do setor. “Esse ajuste é construtivo, pois ajuda a eliminar posições sobreaquecidas e a sustentar uma base mais saudável para o crescimento de longo prazo”, concluiu.

ETFs de Bitcoin e Ethereum: reposicionamento institucional

O recuo nas entradas via ETFs aparece, na análise, como parte de um mercado que passa a operar com mais regras e filtros.

Portanto, para Prado, o comportamento institucional tende a ser mais sensível a composição de carteira e gestão de risco, o que amplia os movimentos de entrada e saída sem, necessariamente, alterar a tese de longo prazo.

Volatilidade de Bitcoin e Ethereum cai e muda o ritmo do varejo

Outro ponto citado pelo executivo é a perda de tração do trading de curto prazo, após a volatilidade diminuir nos últimos meses. “A volatilidade de Bitcoin e Ethereum diminuiu de forma significativa, o que reduziu a atividade de trading de curto prazo por parte do varejo”, afirmou.

Dessa forma, na avaliação dele, o cenário altera o perfil do participante. “Embora esse ambiente mais tranquilo possa parecer pouco atrativo para traders de momentum, ele costuma criar condições favoráveis para investidores de longo prazo”, disse.

Preço do Bitcoin e do Ethereum: faixas no curto prazo

Com incertezas ligadas ao cenário macro, Prado evita projeções fechadas. “Previsões precisas de preço continuam sendo difíceis”, afirmou, ao citar dois vetores: política monetária nos EUA e regulação.

Ainda assim, ele aponta níveis de consolidação no curto prazo: “Vemos o Bitcoin sendo negociado na faixa de US$ 88.000 a US$ 92.000, enquanto o Ethereum tende a se consolidar entre US$ 2.925 e US$ 3.150”, disse.

Para o executivo, os números sugerem acomodação. “Esses níveis refletem um mercado em modo de consolidação, e não de estresse”, concluiu, reforçando que o mercado cripto vive uma fase de recalibração.