Investidores atentos

Mercado de ações não deve contar com Fed, afirma UBS

“Ainda não chegamos ao fundo do poço”, alerta os especialistas da instituição

Fonte: Reprodução
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A gestora de fortunas suíça, UBS, afirmou em nota, nesta terça-feira que os mercados de ações podem cair ainda mais com a ausência de precificação do impacto das tarifas norte-americanas. O grupo alerta que investidores não devem aguardar uma intervenção rápida do Fed.

“Ainda não chegamos ao fundo do poço”, alerta os especialistas da instituição que modelam dois cenários tarifários até 2027. O mais pessimista leva em conta a manutenção das taxas de importação embargados sobre a China, no valor de 145%.

O UBS provisiona que o S&P 500, índice composto de 500 ações cotadas na NYSE (Bolsa de Nova York) despenque mais 13% na comparação aos níveis registrados em 21 de abril. Na data, o medidor fechou o pregão com desvalorização de 2,36% e o Nasdaq concluiu o dia em queda de 2,55%.

Mesmo no cenário mais moderado, onde as tarifas sobre a China diminuem para 60%, o banco prevê uma queda adicional de 7% no mercado. O baque só cessará no terceiro trimestre de 2025, com lucros e avaliações deterioradas antes disso.

“A possibilidade de vermos dois trimestres sequencialmente negativos na demanda doméstica é real”, observou a empresa.

FMI corta projeção de crescimento global após tarifas de Trump

FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para baixo suas projeções de crescimento econômico global em 2025, atribuindo a desaceleração às políticas tarifárias adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

A estimativa para o crescimento mundial foi reduzida de 3,3% para 2,8%, com destaque para os impactos negativos nos EUA, cuja previsão de expansão do PIB caiu de 2,7% para 1,8%. 

O FMI destaca que as tarifas representam um choque negativo de oferta, realocando recursos para a produção de bens não competitivos, resultando em perda de produtividade, menor atividade econômica e maiores custos e preços de produção. 

Além disso, a incerteza em torno da política comercial tem levado empresas a pausar investimentos e cortar compras, afetando negativamente o comércio global. 

O fundo também revisou para baixo sua projeção de crescimento do comércio global em 1,5 ponto percentual para este ano, com uma leve recuperação prevista para 2026. 

O FMI recomenda que os países trabalhem para retomar um sistema de comércio global funcional e previsível, eliminando barreiras e pontos de conflito entre as nações.