No primeiro trimestre de 2024, o mercado de capitais brasileiro alcançou um recorde de captação, atingindo R$ 130,9 bilhões, o que representa um aumento de 90,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O desempenho excepcional foi impulsionado pela renda fixa, que captou R$ 114,1 bilhões e alcançou seu maior patamar para o período, conforme divulgado pela Anbina (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) nesta quinta-feira (11).
As debêntures permanecem como o principal instrumento de captação das empresas, totalizando um volume de R$ 71,9 bilhões no primeiro trimestre, quase o dobro do volume registrado no mesmo período do ano anterior (R$ 37 bilhões).
Houve 22 emissões com valores superiores a R$ 1 bilhão, sendo que 43,3% do volume captado pertence a setores relacionados à infraestrutura. O prazo médio de vencimento das debêntures emitidas foi de sete anos.
“Após um janeiro fraco, o mercado se recuperou, e muito bem, como nós previmos”, afirmou Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
No mercado secundário, o volume de negociações de debêntures cresceu 74,6% em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, alcançando R$ 146,5 bilhões.
As debêntures incentivadas, que são isentas de Imposto de Renda para investidores pessoa física, registraram um recorde de captação no primeiro trimestre, totalizando um volume de R$ 19,9 bilhões.
O setor de energia elétrica liderou as emissões, representando 32,5% do volume, seguido por transporte e logística (22%), TI e telecomunicações (13,7%) e saneamento (10,1%).
No segmento de renda variável, foram realizados quatro follow-ons, resultando em uma captação de R$ 3,8 bilhões. Já nos híbridos, como os fundos imobiliários, a captação atingiu R$ 13,1 bilhões.