BC no radar

Mercado recebe dados relevantes no Brasil nas últimas semanas de 2024

Ibovespa
Foto: CanvaPro

As últimas semanas de 2024 não estão com a agenda esvaziada. Entre os dias 15 e 20 de dezembro, o mercado receberá uma bateria de divulgações de indicadores econômicos, especialmente no exterior. No Brasil, o calendário econômico está mais enxuto, mas inclui dados relevantes.

Após surpreender o mercado com a alta de 1,00 ponto percentual da Selic, o BC (Banco Central do Brasil) terá mais uma chance de realinhar as expectativas na próxima semana. Na terça-feira (17), será divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), e na quinta-feira (19), será apresentado o último RTI (Relatório Trimestral de Inflação).

No mesmo dia, Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, fará sua despedida pública da presidência da instituição em uma coletiva sobre o Relatório. Ele estará acompanhado do Diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, e do Diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência da autoridade monetária em 2025. O mandato de Campos Neto termina em 31 de dezembro.

O esforço do BC pode não surtir os efeitos esperados, considerando que o pacote fiscal pode não ser votado pelo Congresso ou, caso aprovado, pode sofrer desidratações.

Ainda no Brasil, serão divulgados outros indicadores importantes, como o tradicional Boletim Focus, na segunda-feira (16), com atualizações das projeções do mercado para 2024, 2025 e 2026, incluindo IPCA, IGP-M e PIB.

Como o mercado se comportou durante a semana entre 9 e 13 de dezembro

Na semana entre os dias 9 e 13 de dezembro, os mercados globais foram marcados por alta volatilidade, devido a uma série de divulgações de dados de inflação e decisões de política monetária.

No exterior, os EUA divulgaram seu CPI, que avançou 0,3%, tanto no núcleo quanto no índice geral, em linha com as expectativas do mercado. “A pressão nos preços de bens, especialmente veículos usados, foi um fator significativo, enquanto os serviços mostraram uma leve desaceleração”, comentou Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

Esse cenário levou ao aumento dos yields das Treasuries e fortaleceu o dólar, refletindo as expectativas de menos cortes de juros pelo Fed (Federal Reserve).

Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou o corte da taxa básica de juros da zona do euro em 25 pontos-base. A presidente da autarquia, Christine Lagarde, demonstrou confiança na trajetória de desinflação, mas destacou que uma aceleração nos cortes dependeria de surpresas negativas nos dados econômicos da região.

No âmbito nacional, o destaque foi o último anúncio do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC. A entidade surpreendeu o mercado ao elevar a Selic (taxa básica de juros) em 1,0 ponto percentual.

“O Banco Central sinalizou novos aumentos de mesma magnitude nas próximas reuniões, adotando um tom mais hawkish devido à desancoragem das expectativas e a um hiato do produto mais positivo”, acrescentou Iarussi.

Ibovespa na semana

  • Segunda-feira (9): +1,00%
  • Terça-feira (10): +0,80%
  • Quarta-feira (11): +1,06%
  • Quinta-feira (12): -2,74%
  • Sexta-feira (13): -1,13%
  • Semana: -1,06%