Juros pelo mundo

Mercado vira holofotes para BCs e conservadorismo deve reinar nos EUA

Os mercados aguardam decisões sobre os juros no Brasil e no exterior. As atualizações devem ditar o tom das bolsas globais

IPO
IPO / Foto: Canva

A Bolsa Brasileira passará por fortes emoções na próxima semana. Além da tão falada “super quarta”, que diz respeito às decisões dos Bancos Centrais dos EUA e do Brasil, os mercados irão receber atualizações de autoridades monetárias pelo mundo.

De acordo com o especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, Christian Iarussi, no Brasil, o esperado é que o “Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 10,50%.”

Além disso, ainda no cenário interno, os investidores deverão ficar atentos à divulgação do relatório bimestral de avaliação de Receitas e Despesas, que o Ministério do Planejamento.

A soma de uma atividade econômica e uma inflação de serviços acima do projetado, bem como uma expectativa para uma inflação superior ao percentual da meta, apontaram para o início dos contratos nacionais.

Ainda há outros fatores que corroboram a alta da Selic (taxa básica de juros). Dentre eles, os efeitos da política fiscal do Brasil em relação à precificação de ativos financeiros do mercado, como explicou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.

“O colegiado avalia, segundo a última ata e comunicado, que o desequilíbrio fiscal com aumento do endividamento público está impactando o preço dos ativos, com aumento dos prêmios de risco, o que prejudica a política monetária e exige uma política monetária mais restritiva para que a taxa básica não fique atrás da curva de juros futura”, disse Manzoni.

“Nos Estados Unidos, o Federal Reserve deve iniciar um novo ciclo de flexibilização monetária, com o mercado dividido entre apostas de um corte de 0,25 e 0,50 ponto percentual”, acrescentou Christian Iarussi.

O mais provável, segundo o grupo de especialistas de mercado ouvido pela BP Money, é que o conservadorismo prevaleça nos EUA. Os dados de inflação divulgados na semana iniciada no dia 8 de setembro apontaram para um nível acima do esperado.

Como o mercado se comportava na última semana até o dia 12 de setembro

Nos cinco últimos pregões, a ansiedade tomou conta dos investidores, com os ativos globais apresentando bastante volatilidade — mas a direção era para a valorização.

“A divulgação do CPI e do PPI de agosto [nos EUA] acima do esperado colocou em dúvida a possibilidade de um corte de 0,50 pp nos Fed Funds. O núcleo do CPI avançou 0,28% MoM, acima da expectativa de 0 ,21% MoM”, comentou Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

Mesmo com surpresa, o dado não foi tão negativo, especialmente pelo aumento que foi impulsionado pelos preços de habitação no país norte-americano.

No cenário interno, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto apresentou uma deflação de 0,02%, a primeira em 14 meses. Mesmo com os dados relativamente positivos, no dia de sua divulgação (10/09), o Ibovespa fechou em queda e inspirou mais uma alta do dólar.

“Os dados do setor de serviços e do comércio do mês de julho trouxeram uma visão de que a economia continua robusta, e talvez o enfraquecimento previsto pelos economistas não se dê na proporção esperada”, ponderou José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos.

Ibovespa: Investidores atentos à Vale (VALE3)

Após os anúncios da Vale (VALE3), que deram a entender que a mineradora está “arrumando a casa”, seus papéis passaram a valorizar, trazendo otimismo para o mercado.

Na sexta-feira (13), a Vale foi “fiadora” de uma alta no Ibovespa, encerrando pela terceira vez seguida no azul.

Também em ritmo positivo, as ações de empresas no setor de varejo dispararam na bolsa, não fazendo apenas às superstições sobre os dados tão “temidos” do “azar”.

Ibovespa na semana

  • Segunda-feira (9): +0,12%
  • Terça-feira (10): -0,31%
  • Quarta-feira (11): +0,27%
  • Quinta-feira (12): -0,48%
  • Sexta-feira (13): +0,64%
  • Semana: +0,23%
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