Mercados Aéreos: aumento nos preços do petróleo atrapalha retomada do setor

Segundo cálculos feitos pela consultoria Bain & Company, a operação doméstica deve cair quase 15% nos próximos dois a três meses.

O aumento nos preços do petróleo em meio a guerra da Rússia contra a Ucrânia atrapalhou a previsão de retomada dos mercados aéreos em todo o mundo.

 No Brasil, de acordo com cálculos feitos pela consultoria Bain & Company, a operação doméstica deve cair quase 15% nos próximos dois a três meses. 

A retração não é maior por causa da valorização do real em relação ao dólar, que ajuda a compensar parte do salto dos custos das aéreas e tende até a melhorar a demanda por viagens internacionais.

“Mesmo assim (com o salto do petróleo), acreditamos que janeiro de 2023 será parecido com o de 2019”, afirmou o sócio da consultoria e especialista em aviação, André Castelini em entrevista ao jornal “Valor Economico”.

Segundo a projeção feita pela consultoria em janeiro deste ano, antes da guerra, a estimativa apontava que o mercado aéreo brasileiro em abril recuperasse 85% do que era no pré-pandemia. Agora, a nova estimativa é de 70% de retomada.

Mercados Aéreos: impacto tem sido sentido de forma mais forte fora do Brasil

“Na média, as análises globais apontam um atraso de seis meses na recuperação. A gente não sabe quando a guerra vai terminar”, acrescenta André Castelini em entrevista ao “Valor”.

Na Ásia, a situação dos mercados aéreos se complica mais ainda, principalmente em cidades como Xangai, na China, onde existem fortes medidas restritivas para o combate da Covid-19. 

De acordo com a Bain & Company, a recuperação do setor aéreo no Brasil deve ser mais rápida. Segundo dados da consultoria, o mercado deve atingir 95% de retomada no mês de novembro.

“No Brasil a guerra está distante. O efeito se dá mais no preço do petróleo e pela aceleração no custo da energia. No lado geopolítico, não há impacto significativo”, afirmou a Bain & Company sobre os mercados aéreos no preço dos ativos.

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