JSafra Brazil Conference 2024

Mercados emergentes estão mais resilientes frente ao exterior, diz economista

A economista de mercados emergentes do J. Safra Sarafin palestrou no evento do banco no Brasil e falou sobre o quadro econômico desses países

Mali Chivakul, economista de mercados emergentes do J. Safra Sarasin / Foto: Reprodução/Youtube
Mali Chivakul, economista de mercados emergentes do J. Safra Sarasin / Foto: Reprodução/Youtube

Apesar do cenário de indicadores econômicos mais altos nos EUA, os mercados emergentes têm sido muito resilientes nos últimos anos, como não eram tempos atrás, disse Mali Chivakul, economista de mercados emergentes do J. Safra Sarasin.

“Os mercados emergentes estão indo muito bem, e isso é basicamente por causa da mudança estrutural, eles focam mais em mercados locais agora, estão menos dependentes do mercado exterior”, afirmou Chivakul durante participação no JSafra Brazil Conference 2024.

A economista do Safra também teceu sua análise sobre o cenário na China, que recentemente aprovou uma medida de estímulos para o mercado imobiliário que animou o mercado. 

Na sua visão, as medidas que o país introduziu, basicamente, são apenas medidas monetárias.

“Nesse ambiente, o que mais preocupa é a pressão deflacionária que eles enfrentam. Não é apenas sobre a inflação, porque eu acho que o crescimento agora eles estão tentando distribuir através da demanda externa”, comentou.

No entanto, segundo Chivakul, a demanda doméstica, o consumo, e o mercado de saúde, “tudo está acabado”. 

“Desde a crise financeira global, eles [a China] estão tomando muito dinheiro e isso não durou até 2021. Agora que eles percebem que já há muitas casas e não há demanda suficiente para comprar tudo isso”, prosseguiu.

Mercados emergentes: confiança na China não está muito alta, diz Chavikul

Sobre o impacto que a economia chinesa exerce sobre o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, a economista afirmou que parte disso acontece porque as pessoas esperam que os ganhos não vão estar tão bem nos próximos 12 meses, sobretudo por conta do problema deflacionário. 

“Quando os mercados vão para baixo, a China tenta fazer algo em termos de política para prepará-los, mas isso se torna insustentável, então o mercado vai para baixo de novo. Acredito que a confiança do mercado não é muito alta”, afirmou.

No início de sua palestra, a executiva também falou sobre o cenário nos EUA e a volta das taxas de juros a níveis neutros, após o risco de recessão que preocupou o país.

“O que nós estamos olhando no final do ano seguinte é que o cenário [de inflação] vai virar em torno de 3,5%, o que basicamente significa que eles estão voltando para o [nível] neutro nos EUA. Há a possibilidade de uma recessão, mas mesmo se houver, acreditamos que será bem fraca”, disse

Quanto aos preços internacionais do petróleo, que tem sofrido variações nos últimos tempos, Chavikul analisou que a China não dita esses entre os mercados emergentes.

“A China não é realmente a principal movimentação no mercado de óleo. Ela pode ter um pouco de efeito, mas eu não acredito que será realmente o driver do mercado”, 

Conforme sua análise, a responsabilidade maior das movimentações dos preços está com os EUA e também em outros países na economia global.