Baixas na Bolsa

Mineradoras e siderúrgicas caem forte com decepção na China

Os preços do minério de ferro, principal commodity comercializada por essas empresas, recuaram no mercado internacional

Foto: CanvaPro
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Na sessão desta terça-feira (22), em que o Ibovespa configura mais uma baixa, os papéis das mineradoras e siderúrgicas operam em forte queda. A pressão vem pela frustração dos investidores com os estímulos anunciados pelo governo da China para seu mercado imobiliário. 

Por volta de 15h35, as ações da Vale (VALE3) tinham queda de 0,13%, negociadas a R$ 60,25, e as da CSN Mineração (CMIN3) perdiam 1,00%, a R$ 5,94.

O papel da CSN (CSNA3) registrava desvalorização de 1,37%, a R$ 11,52. Ao passo que a Usiminas (USIM5) caía 1,75%, a R$ 6,16, e o da Gerdau (GGBR4) perdia 1,9%, a R$ 18,14.

Os preços do minério de ferro, principal commodity comercializada por essas empresas, recuaram no mercado internacional, um movimento que reflete a fraca demanda chinesa e as medidas de estímulo imobiliário aquém do esperado.

A confiança de recuperação do setor não conseguiu se firmar após o anúncio de medidas para habitação na China, feito na semana passada, segundo informações da agência Dow Jones Newswires. 

“Embora o foco na redução do estoque [de habitação] provavelmente aumente, isso terá pouco impacto na demanda por aço e ferro no curto prazo”, pontuou a consultoria ANZ Research, em relatório.

BofA alerta que 3TRI24 das mineradoras deve vir fraco 

Para as empresas do setor de mineração, a temporada de resultados do terceiro trimestre deverá ser fraca, indicou o BofA (Bank of America). Isto por conta dos preços mais baixos das commodities, o que deve compensar a sazonalidade típica de embarques mais fortes no trimestre.

Para a Vale (VALE3), a expectativa do BofA é que os preços realizados devem se beneficiar da mistura de produtos e da recuperação nos preços futuros no final do terceiro trimestre. Dessa forma, os preços realizados podem cair menos do que o padrão, que caiu US$ 12 por tonelada. 

Enquanto isso, os preços realizados da CSN Mineração (CMIN3) devem ser impactados por um efeito negativo de precificação provisória, apontou o banco. A razão são as maiores vendas de material de menor qualidade e um frete marítimo ligeiramente mais alto.

Já no segmento de siderurgia, a projeção do banco é que os preços crescentes do aço no Brasil impulsionem os resultados e margens até certo ponto. No entanto, o minério de ferro mais fraco deve ser um obstáculo. 

Os analistas do banco acreditam que as siderúrgicas com exposição aos EUA devem apresentar compressão de margem, principalmente devido aos preços mais baixos do aço, segundo o “Valor”.

“Esperamos que Gerdau e Usiminas apresentem Ebitda mais alto trimestre a trimestre, impulsionados pelos aumentos de preços do aço no Brasil e melhorias de custos. Enquanto isso, os resultados da CSN devem cair trimestre a trimestre, pois os resultados mais fracos da divisão de mineração devem mais do que compensar os melhores resultados do aço. A Ternium deve apresentar o trimestre mais fraco, refletindo a queda acentuada nos preços do aço na América do Norte”, avaliou o BofA.

A estimativa para as companhias de celulose e papel é que sigam entregando realizações de preços relativamente altas, devido à força dos padrões europeus em comparação com a China. 

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