Com o acumulado da inflação em 12 meses de 12,13% e a taxa Selic a 12,75% ao ano, o cenário para grande parte dos Fundos Imobiliários tem sido desafiador. Apesar dos ativos imobiliários serem corrigidos pela inflação, ela também é responsável por causar inadimplência ou negociação de pagamentos por parte dos inquilinos. Logo, os FIIs (não de todas as classes) acabam sofrendo. Para Marcelo Fedak, CEO da BlueMacaw, é um momento de cautela no mercado de FIIs (Fundos Imobiliários), já que não se sabe ao certo para onde vai a inflação e a taxa de juros, mesmo com algumas projeções positivas do mercado.
“O que eu acho é que o investidor deveria ter na cabeça que deve esperar para ver o que vai acontecer e não ter grandes convicções, no momento. Existe uma incerteza, porque tem a inflação no mundo inteiro bastante alta, então tem aquele dilema: o quanto a inflação do Brasil é uma inflação de demanda, de custo ou de importação de inflação pelo câmbio?”, questionou Fedak durante o primeiro dia do FII Summit, evento realizado pela EQI Investimentos.
O especialista explica que em um cenário de queda da inflação – com o indicador chegando a um patamar de 5%, aproximadamente – os FIIs seriam beneficiados. Isso porque o País voltaria a um patamar de taxa de juros de cerca de 8%, que seria considerado um patamar saudável.
Caso isso não viesse a acontecer, porque o resto do mundo está com inflação alta e o Brasil segue o mesmo caminho, o País ficaria no patamar de ter taxa de juros alta por um longo tempo, de acordo com o especialista, o que afetaria os FIIs, já que investidores iriam optar por renda fixa e outros investimentos atrelados a inflação.
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Fedak também falou sobre os tipos de fundos imobiliários mais indicados para cada momento da economia. Com a taxa de juros e a inflação nas alturas, os fundos de papel tendem a apresentar uma performance melhor do que os de outras classes. Os juros altos influenciam diretamente o setor imobiliário, já que torna as construções e o crédito muito mais caros.
Os fundos de papel, entretanto, podem até se beneficiar desse cenário, já que investem em títulos de renda fixa atrelados a indexadores como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
“Em um mercado de incerteza, vale a pena estar em fundos de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e papéis de renda fixa. Quando o mercado começar a clarear, a inflação vai começar a cair, aí provavelmente os FIIs de tijolo, de prédios e galpões vão se beneficiar mais rápido. A inflação e os juros mais baixos significa que a economia começa a crescer, tem um crescimento de performance dos próprios ativos, você consegue cobrar mais aluguel, porque o mercado está indo bem, o inquilino também. Em resumo, agora, é o momento do mercado ter mais cautela”, disse Fedak.