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Moody’s: nova regra do rotativo são negativas para bancos

A partir de agora, o juro no rotativo do cartão não poderá ultrapassar 100% do valor principal da dívida

A agência de avaliação de risco Moddy´s, avalia que a nova regra do rotativo do cartão de crédito, que passa a vigorar no Brasil a partir desta terça-feira (2), é negativa para a rentabilidade futura dos bancos.

A partir de agora, o juro no rotativo do cartão não poderá ultrapassar 100% do valor principal da dívida. Dessa forma, a dívida total de quem atrasa a fatura do cartão de crédito não poderá superar o dobro do débito original. Atualmente, os juros do rotativo estão na casa de 430% ao ano.

Em relatório, a agência diz que a limitação da dívida restringirá o crescimento ou reduzirá as cobranças de juros e receitas das operações de cartão.

“Os volumes de transações serão afetados negativamente pelo apetite de risco reduzido dos bancos para emitir cartões para novos clientes, especialmente para os de baixa renda”, diz a Moody’s. “Os bancos têm reduzido o apetite de risco para esse segmento dado o nível ainda muito alto das taxas de juros e o endividamento recorde das famílias.”

Para a agência, os grandes bancos comerciais, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Caixa e Banco do Brasil (BBAS3), que concentram 63% do mercado de cartão de crédito do Brasil, devem ser afetados. Também serão impactadas instituições especializadas que mantêm um modelo de negócios centrado no financiamento do consumo, como Nubank (ROXO34), C6, Pan e Inter.

Bancos recuam projeção para crédito em 2023, mas tem otimismo em 2024

As previsões para o crescimento da carteira de crédito em 2023 foram reduzidas pelos bancos, enquanto as perspectivas para 2024 receberam um aumento. Segundo a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas de dezembro, a estimativa para 2023 foi reajustada de 7,4% para 6,9%. Contudo, para 2024, houve um incremento de 8,3% para 8,5%.

A revisão para baixo em 2023 concentrou-se principalmente na carteira livre da pessoa física. A expectativa de crescimento para esse segmento caiu de 6,1% para 5,2%. No crédito destinado às famílias, a projeção diminuiu de 9,5% para 8,0%. A Febraban justifica isso pelo menor dinamismo dos últimos meses, especialmente nas linhas de maior risco. Em contrapartida, a expectativa para a carteira livre das empresas aumentou ligeiramente, de 1,3% para 1,4%.

Por outro lado, a perspectiva para a carteira direcionada em 2023 subiu de 8,8% para 9,5%, impulsionada principalmente pelo crédito destinado à pessoa jurídica, que saltou de 6,9% para 8,6%, devido aos programas públicos de crédito. Quanto ao crédito direcionado para pessoa física, a projeção subiu de 9,8% para 10%.

Os dados oficiais de 2023 serão divulgados pelo Banco Central no final de janeiro. Apesar disso, há expectativas mais positivas para 2024, com previsões de um retorno ao crescimento do crédito. Isso deve acontecer em decorrência da redução da taxa de juros e da melhoria nos índices de inadimplência, particularmente favoráveis ao crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico.

“O mercado de crédito registrou uma desaceleração razoável em 2023, movimento esperado diante da política monetária contracionista, aumento da inadimplência e eventos negativos no setor corporativo no início do ano. Ainda assim, deve terminar o ano com uma expansão nominal próxima a 7%”, analisa Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban, em nota.

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