Morgan Stanley revisa ações de estatais estaduais

Morgan Stanley analisou as ações da Cemig, Copasa e Sabesp

O Morgan Stanley revisou as ações das empresas estatais estaduais e rebaixou a recomendação das mineiras Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para equalweight (exposição em linha com o mercado, equivalente à neutra).

Em contrapartida, o banco norte-americano elevou o preço-alvo da Cemig de R$ 10 para R$ 11,50, enquanto CSMG3 teve o preço-alvo mantido em R$ 19.

As duas estatais mineiras tiveram a recomendação cortada após uma significativa alta das ações em 2023. Na avaliação dos analistas da instituição financeira, o risco-retorno está menos atrativo, especialmente considerando as diversas incertezas sobre o processo de aprovação de privatizações no Estado de Minas Gerais (MG).

De acordo com o Morgan Stanley, as privatizações em MG requerem 60% de aprovação dos deputados, e o banco acredita que o governador Romeu Zema (Novo) tem apoio potencial de 43% até 66%, sendo que há questionamentos se uma “super maioria” é possível para temas mais delicados como privatizações.

Diferente das estatais mineiras, a Sabesp (SBSP3) é a companhia preferida do banco, uma vez que os analistas acreditam que o valuation atual ignora o lado positivo da privatização, bem como o menor risco com um período esperado de estabilidade regulatória/política.

Por conta disso, os analistas do Morgan Stanley elevaram o preço-alvo da estatal paulista de R$ 57 para R$ 59.

“Acreditamos que a Sabesp pode ser a próxima estatal a passar por uma reavaliação significativa das ações”, afirmou o Morgan Stanley .

Morgan Stanley revisou ações da Copel (CPLE6) e Sanepar (SAPR11)

Já no Paraná, o Morgan Stanley segue com recomendação equalweight tanto para Copel (CPLE6) quanto para Sanepar (SAPR11). Mesmo que a Copel tenha um processo de privatização mais avançado, o banco norte-americano vê que o excesso de ações com a potencial oferta que permitirá a privatização pode impedir uma reavaliação das ações antes do negócio.

“Esse risco parece mais relevante para a Copel em comparação com outros casos, pois o potencial negócio parece mais próximo (ainda em 2023) e porque os preços da energia, que estão em um momento de baixa, se tornarão um catalisador de valor ainda mais relevante após a privatização e renovação da geração de concessões”, avaliou o Morgan Stanley.