O Morgan Stanley demitiu cerca de 2% da sua equipe global nesta terça-feira (6), de acordo com o site “CNBC”. Cerca de 1,6 mil funcionários foram desligados do banco antes do pagamento dos bônus anuais.
De acordo com as informações do site “CNBC”, o movimento da instituição financeira estabeleceu uma das “tradições” de Wall Street no fim do ano: as demissões por baixo desempenho.
Antes da pandemia da Covid-19, é estimado que cerca de 1% a 5% dos funcionários eram demitidos em período próximo ao pagamento dos bônus. Com isso, a maioria remanescente de colaboradores do banco recebia mais dinheiro.
Além da “tradição”, o aumento dos juros nos EUA é visto como um dos fatores do corte promovido pelo Morgan Stanley.
Morgan Stanley rebaixa ações brasileiras com risco fiscal
Os estrategistas do Morgan Stanley cortaram recomendações para ações brasileiras para “neutra” em seu portfólio para América Latina. Dentre as razões, o banco norte-americando citou crescentes riscos fiscais em 2023, segundo relatório enviado a clientes em 20 de novembro
De acordo com o Morgan Stanley, eventos recentes reduzem as chances de uma nomeação de ministro da Fazenda mais ortodoxo. Nas últimas duas semanas, os boatos de que Fernando Haddad (PT) seria o novo ministro da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “tomaram força” após a Cúpula do Clima (COP27).
Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, “não teve um só integrante da comitiva de Lula na COP 27 que não saiu do Egito com a sensação de que Fernando Haddad será o novo ministro da Fazenda”.
Ainda, estrategistas do banco apontaram que “sinalizações fiscais mais frouxas devem levar a taxas de juros mais altas e assim rendimentos reais de títulos mais altos, o que podem minar o case aparentemente atrativo de valuation de ações”.
“Se ocorrer um cenário fiscal frouxo, os próximos anos devem ser bons para os ativos de renda fixa brasileiros, mas não para as ações”, afirmaram Guilherme Paiva e equipe do Morgan Stanley.
Mesmo assim, os estrategistas do Morgan Stanley calcularam o Ibovespa a 125 mil pontos ao final de 2023. O cálculo é distante da máxima histórica de 131 mil pontos, alcançada em junho do ano passado.