Morgan Stanley espera alta das ações na América Latina até 2023

Estrategistas afirmam estar otimistas com ações do Brasil

Analistas do Morgan Stanley, empresa global de serviços financeiros, preveem alta das ações na América Latina até 2023, mas com papéis oscilando. De acordo com relatório a clientes divulgado no final da segunda-feira (06), os economistas afirmam estar “overweight” (ações com desempenho melhor do que o esperado) em Brasil e Chile na região, “neutro” em Peru e “underweight” (ações com desempenho pior do que o esperado) em México, Colômbia e Argentina.

Os analistas veem três pontos-chave afetando o movimento das ações latino-americanas. De acordo com os economistas, a região agiu corretamente no que diz respeito ao aperto monetário, ou pelo menos fez muito mais progressos do que outros países emergentes e desenvolvidos.

“Os ganhos de ações regionais provavelmente dependerão do cenário macroeconômico global, do nível de incerteza política e macro política doméstica e de um potencial ciclo de flexibilização monetária em 2023”, afirmou a instituição no relatório. 

“Enquanto isso, os investidores terão que gerenciar proativamente os riscos negativos associados a potenciais notícias de manifestações sociais em períodos eleitorais”, finalizou o documento.

É estimado que o MSCI América Latina atinja 2.600 pontos em meados de 2023, mas aguardam manutenção da volatilidade das ações na região nos próximos meses. Na véspera, o índice fechou a 2.414,74 pontos.

No Brasil, a equipe liderada por Guilherme Paiva reitera que as ações de empresas voltadas para o mercado doméstico devem se beneficiar de menor incerteza política no segundo semestre de 2022 e corte de juros em 2023.

Para o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, a empresa norte-americana trabalha com uma projeção de 130 mil pontos em meados do próximo ano, o que representa uma valorização de cerca de 18% frente ao patamar do fechamento de segunda-feira, em reais.

O Morgan Stanley ainda pontua que a China deve implantar um estímulo anticíclico de forma mais agressiva em 2023 e as ações dos mercados emergentes – e principalmente da América Latina – devem se sair muito bem em 2023 se houver uma “redefinição do ciclo global completo” no segundo semestre de 2022.