Ao contrário das vendas de carros de passeio que apresentam sucessivos resultados ruins, o comércio de motos segue em forte crescimento. Conforme balanço divulgado nesta sexta-feira (2) pela Fenabrave, associação que representa as concessionárias, 161,4 mil motocicletas foram vendidas no mês passado, 21% acima do volume de maio de 2022. Na comparação com abril, a alta foi de 33,5%.
O número ficou acima dos 127,5 mil automóveis de passeio emplacados no mês passado. No acumulado desde o primeiro dia do ano, as 639,4 mil motocicletas vendidas (crescimento de 24%) também superam os menos de 600 mil carros comercializados de janeiro a maio. As informações são do “Money Times”.
O resultado reflete a expansão dos serviços de entrega (delivery) e a busca do consumidor por veículos não só mais baratos, como também mais econômicos no consumo de combustível.
Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, apesar do cenário desafiador de crédito, a demanda por motocicletas segue alta, com os consumidores absorvendo o que a indústria produz. “Muitos têm usado as motocicletas em substituição ao automóvel, por conta da economia de combustível e pelo próprio preço de aquisição”, comentou.
Vendas de carros caem após anúncio do governo
A venda de automóveis leves registrou queda de 4,86% em maio de 2023, em relação ao mesmo mês do ano passado. Os números foram divulgados pela Bright Consulting nesta quinta-feira (1º), com base no licenciamento de automóveis em órgãos de trânsito, confirmaram tal tendência. Eles indicam que foram vendidas 166,3 mil unidades de carros de passeio e utilitários leves, em maio. O resultado ficou 8,3% abaixo dos cálculos da consultoria para esse mês. A retração do consumidor, que decidiu esperar que o programa governamental entre em vigor, levou à perda de vendas de mais de 15 mil veículos.
A empresa havia estimado um resultado negativo para o setor, por causa do conjunto de medidas anunciado pelo governo federal para diminuir o preço dos veículos – no “pacote do carro popular”. A iniciativa criou uma expectativa de barateamento dos carros, a partir da qual os consumidores adiaram suas compras.
As locadoras também seguraram pedidos. A venda direta do fabricante para frotistas diminuiu de quase 50% do total em meses anteriores para 45,5%, em maio. A queda só não foi maior porque parte dos veículos vendidos no país está na faixa de preço acima dos R$ 120 mil, cujo valor não será afetado pelas medidas do governo.
Para o diretor de produtos da Bright Consulting, Murilo Briganti, as vendas dos próximos dias tendem a continuar fracas. Mas, se confirmada a redução dos valores, o mercado de automóveis tende a aquecer ao longo de junho.