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Movida (MOVI3): foto pode ter causado tombo de 11% na Bolsa

Papéis da locadora de veículos fecharam a sessão com queda de 4,20%, com cotação de R$ 11,17

As ações da Movida (MOVI3) tiveram um tombo de quase 11% no pregão do Ibovespa desta terça-feira (12). Os papéis da locadora de veículos fecharam a sessão com queda de 4,20%, com cotação de R$ 11,17.

O baque é atribuído a uma foto publicada na rede social por um funcionário onde aparecem um troféu e, ao fundo, uma tabela contendo supostas metas financeiras da companhia para 2024.

Como os números ali mostrados não estão alinhados ao projetado por analistas que acompanham o papel, parte dos investidores está culpando a foto pela desvalorização do papel.

Sob o título “Compromisso 2024”, a foto menciona uma receita líquida de R$ 12,04 bilhões, Ebitda de R$ 4,34 bilhões e um lucro líquido de R$ 210 milhões. Segundo consenso de analistas coletado pela Bloomberg, e amplamente circulado entre tuiteiros investidores hoje, a projeção de lucro líquido para 2024 está em R$ 425 milhões.

A Movida se pronunciou com um comunicado ao mercado, no qual diz que os números da foto “são gerenciais e possuem simplificações, não refletindo a realidade contábil da companhia e, portanto, não devem ser consideradas como projeções ou guidances financeiros da companhia.”

“Uma foto deste compromisso gerencial foi postada em uma rede social privada de um colaborador e ficou disponível para acesso de alguns investidores que passaram a replicar a informação”, acrescentou.

A Movida diz que aqueles números desconsideram impactos como: operações ligadas a instrumentos financeiros derivativos, depreciação de ativos, tendência dos juros no país e movimentação de créditos e provisões fiscais. A locadora disse ainda que “não possui nenhum guidance vigente.”

Movida reverte lucro e tem prejuízo de R$ 65,7 mi em 3T23

A Movida comunicou ao mercado em novembro, os resultados reportados no terceiro trimestre de 2023 (3T23). A locadora de carros registrou um prejuízo líquido de R$ 65,7 milhões, revertendo um lucro líquido de R$ 93,7 milhões registrado no mesmo período de 2022.

De acordo com a Movida, o número foi influenciado pelo aumento das despesas financeiras, que por sua vez foi resultado do aumento das taxas de juros.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) total foi de R$ 867,9 milhões, queda de 6,2% em equivalência ao 3T22. A margem Ebitda, sobre a receita líquida de locação, foi de 66,9%, queda de 15,3 p.p., enquanto que em comparação à receita total ficou em 32,6%, menos 3,9 p.p..

O resultado financeiro líquido registrou um valor negativo de R$ 542,7 milhões, representando um aumento de 5,7% em relação ao período anterior. A linha de resultado nas operações de derivativos e variação cambial apresentou um aumento de 20%, totalizando menos de R$ 214 milhões.

A dívida líquida atingiu R$ 11,530 bilhões, um aumento de 1% em relação ao segundo trimestre deste ano, resultando em uma alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, de 2,11 vezes, comparada às 2,14 vezes registradas no trimestre anterior.