No segmento de incorporação as vendas da MRV&Co (MRVE3) subiram 24% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2023, chegando a R$ 2,75 bilhões.
O número marca um novo recorde para a divisão da MRV, que inclui as marcas MRV e Sensia.
Cada unidade foi vendida sob o valor médio de 245 mil reais, 2,3% acima do valor na base anual, segundo dados operacionais prévios divulgados nesta terça-feira (8).
O valor geral de vendas no segmento em questão da MRV somou R$ 2,89 bilhões em lançamentos nos meses de julho a setembro, um crescimento de 59,7% na comparação anual, com quase 12 mil unidades lançadas, segundo a “Reuters”.
O período foi marcado também por uma geração de caixa ajustada de R$ 124 milhões, valor apoiado pelos resultados e que exclui efeitos contábeis de swaps de dívida da companhia. Na mesma época do ano passado, a incorporação registrou consumo de 46,2 milhões de reais.
A MRV Incorporação, no acumulado do ano até setembro, teve uma geração de caixa de R$ 156,6 milhões.
Na avaliação de Ricardo Paixão, diretor financeiro da companhia, o resultado do trimestre reforça a projeção da MRV de fechar 2024 com um fluxo positivo de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões.
“A gente precisa de outros 150 (milhões) de geração no quarto trimestre. Ou seja, uma geração um pouquinho melhor do que a do terceiro, para que a gente alcance o ‘bottom’ do guidance”, afirmou Paixão, de acordo com a “Reuters”.
Ele também acrescentou que está “bastante confiante” no alcance dessa métrica.
Para o executivo, o momento é bom para o mercado de habitação popular, com os novos parâmetros do programa federal Minha Casa, Minha Vida, além dos programas municipais como o Pode Entrar, da cidade de São Paulo, que respondeu por cerca de 13% das unidades vendidas da MRV no trimestre.
Enquanto isso, as unidades enquadradas no programa Minha Casa Minha Vida representaram cerca de 85% das vendas da MRV, com o restante atendendo ao segmento de médio padrão, segundo Paixão.
O lucro da divisão deve ficar entre R$ 250 milhões a R$ 290 milhões este ano, conforme a projeção da companhia. Já a receita operacional líquida deve chegar à faixa R$ 8 bilhões a 8,5 bilhões e margem bruta entre 26% e 27%.
O balanço trimestral da empresa deve ser divulgado no dia 13 de novembro.
BofA destaca 3 motivos para olhar para ações da MRV
A MRV (MRVE3) se destacou como uma das maiores altas do Ibovespa, com a companhia registrando uma valorização de cerca de 5% nesta terça-feira (1º), devido a uma série de fatores. Diante desse cenário, o BofA (Bank of America) reforçou sua visão otimista em relação às construtoras de baixa renda.
O BofA vê fundamentos sólidos e retornos peculiares em todo o setor, destacando a MRV (MRVE3) como uma de suas principais escolhas, ao lado da Cury (CURY3), devido à dinâmica de lucros e geração de caixa.
O banco também apontou que os segmentos de baixa renda devem manter um forte impulso por conta da maior acessibilidade no programa MCMV (Minha Casa Minha Vida), mesmo com as taxas de juros elevadas no Brasil. A informação é do “InfoMoney”.
Os analistas do BofA destacaram três motivos para observar a MRV: (1) avaliação atrativa, com o preço da ação a 0,6 vez o valor contábil; (2) consenso ainda conservador em relação à empresa; e (3) um evento de curto prazo, com a geração de caixa esperada no 2º semestre de 2024.