As ações da MRV (MRVE3) tiveram seu preço-alvo reduzido de R$ 20 para R$ 16 pelo Santander (SANB11). Em documento, o banco revisou suas estimativas de lucro para a empresa e previu um cenário mais desafiador para a Resia, subsidiária que atua na construção de prédios residenciais para locação nos EUA.
Segundo o Santander, a previsão do resultado líquido para a MRV&Co é de R$ 501,2 milhões em 2024 e de R$ 1,1 bilhão em 2025, baixas de 40% e 27% em relação às projeções anteriores.
Além disso, a instituição financeira vê um cenário mais desafiador, no curto prazo, para o mercado de multifamily nos EUA, que consiste na construção de imóveis nos quais todas as unidades ou apartamentos são destinados à locação.
Apesar do pessimismo, a recomendação de compra da MRV foi mantida pelo Santander, “tendo em vista o turnaround (dar a volta por cima) das operações no Brasil, o balanço mais forte e o valuation bastante descontado”.
MRV (MRVE3) tem prejuízo consolidado de R$ 136,5 milhões no 3T23
A MRV&Co (MRVE3) divulgou em 8 de novembro seu balanço do terceiro trimestre de 2023. A companhia reportou prejuízo líquido consolidado atribuível aos acionistas da controladora de R$ 136,5 milhões, revertendo o lucro de R$ 2 milhões visto no mesmo período de 2022.
A MRV Incorporação (que abrange as marcas MRV e Sensia) registrou um prejuízo líquido de R$ 87,6 milhões. As outras operações também tiveram prejuízo: Urba (R$ 25,9 milhões), Luggo (R$ 8,9 milhões) e Resia (R$ 14,0 milhões).
A receita operacional líquida consolidada da construtora totalizou R$ 1,973 bilhão entre julho e setembro, um crescimento de 16,4% na comparação anual. Já a margem bruta consolidada foi a 23,3%, melhora de 4 pontos porcentuais na comparação anual.
As despesas consolidadas do grupo MRV, por sua vez, totalizaram R$ 436,2 milhões no terceiro trimestre, avanço de 5,5% na base anual. O resultado financeiro foi uma despesa de R$ 128,8 milhões, revertendo uma receita de R$ 113,8 milhões de um ano antes.
Em 30 de setembro de 2023, a dívida líquida da MRV era de R$ 2,682 bilhões, um recuo de 53,3% na comparação anual. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/patrimônio líquido, ficou em 170,4% em setembro/23, alta anual de 63,7 p.p.