A Mubadala, um fundo soberano de investimentos dos Emirados Árabes Unidos detentor da Acelen, anunciou nesta segunda-feira (22) que comprará 90,01% da participação na Fortress Investment Group que atualmente pertence ao japonês SoftBank.
A expectativa é de que a transação seja concluída no primeiro trimestre de 2024, a depender de aprovações regulatórias. As informações são do Broadcast.
De acordo com comunicado conjunto das duas gestoras de ativos, ao fim da transação, a administração da Fortress deverá ter uma participação de 30% na companhia e manter uma classe de patrimônio que autoriza que indique a maior parte dos assentos no conselho.
Já a Mubadala Capital, que já detém participação de 9,99% na Fortress por meio de seus Fundos de Private Equity II e III, passará a ter 70% das ações.
As empresas informaram que, quando a transação for concluída, a Fortress continuará operando como gestora de investimentos independente, sob a marca Fortress, com total autonomia.
O co-CEO da Fortress Investment Group Pete Briger será nomeado presidente, e os sócios do grupo Drew McKnight e Joshua Pack serão nomeados co-CEOs. Os três disseram, em declaração, que estão extremamente satisfeitos em aprofundar o relacionamento com a Mubadala com a transação que beneficiará empresa, funcionários e clientes.
“Vemos o investimento adicional da Mubadala como uma afirmação do modelo de negócios e da abordagem de investimento que adotamos há mais de 20 anos e – em um momento em que a dinâmica do mercado está mais alinhada do que nunca com nossa experiência e conhecimento – não poderíamos estar mais entusiasmados sobre o futuro de Fortress”, afirmaram.
O CEO e diretor administrativo da Mubadala Capital, Hani Barhoush, que participa do conselho da Fortress desde 2019, continuará com um assento.
Acelen irá investir R$ 12 bi na Bahia para produzir biocombustíveis
A Acelen, controlada pelo Mubadala, o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, assinou em abril com o governo baian, um memorando de entendimentos para a construção de uma planta de diesel verde (HVO) e querosene de aviação sustentável (SAF). O investimento será de R$ 12 bilhões nos próximos dez anos.
A expectativa é produzir 1 bilhão de litros por ano, o que irá reduzir em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil. A nova planta vai utilizar a infraestrutura da Refinaria de Mataripe, como água, energia, vapor e o Terminal Madre de Deus (Temadre), adquirido junto com a unidade.
A Acelen também irá construir uma unidade de geração de hidrogênio sustentável, para o hidrotratamento dos combustíveis. A previsão é iniciar as obras já em janeiro de 2024.
O memorando com o governo da Bahia foi assinado no último sábado (15), em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. O documento prevê a criação de grupos de trabalho sobre inovação, ciência, tecnologia e logística, para avaliar as medidas necessárias para melhorar as vias de acesso à refinaria.
Inicialmente, a produção de 20 mil barris diários de diesel verde (HVO, ou Hydrotreated Vegetable Oil) e querosene de aviação sustentável (SAF, ou Sustainable Aviation Fuels) será feita a partir da soja ou do milho.
Posteriormente, alguns estudos serão feitos para desenvolver o uso da macaúba, que será a matéria-prima da Acelen em pequena escala em 2029 ou 2030, e que vai atingir a produção plena a partir de 2035.