Mudança da Minerva aos EUA pode alavancar ações, diz analistas

Os especialistas destacam que, com a migração, os papéis dependeriam menos do cenário macro brasileiro

Os analistas das principais casas de análise do país destacaram que uma suposta mudança na listagem das ações da Minerva (BEEF3) para o mercado dos Estados Unidos poderia levar a uma reclassificação dos papéis. A companhia anunciou na última quinta-feira (13) que seu Conselho de Administração autorizou a diretoria a iniciar estudos para uma eventual migração de sua base acionária ao exterior, listando suas ações em outro país.

A Minerva está inclinada a mudar sua listagem da bolsa de valores local B3 para a norte-americana Nasdaq, de acordo com uma fonte da Agência Reuters. “Estamos olhando várias bolsas. A Nasdaq é uma delas e parece fazer mais sentido”, disse a fonte, na condição de anonimato.

A companhia de proteína animal segue a tendência de várias outras empresas brasileiras que estão estudando a possibilidade de migração para o exterior. Um exemplo recente é o Banco Inter, que chegou a aprovar sua reorganização societária para a listagem da Bolsa de Nova York (NYSE), mas teve seus planos frustrados após cash-out superior a R$ 2 bilhões. https://www.bpmoney.com.br/noticias/mercado/por-que-empresas-estao-migrando-da-b3-para-a-bolsa-de-ny 

Reavaliação das Casas de Análise

O Santander vê uma possível listagem da Minerva no exterior como positiva. O banco diz que a listagem em um mercado estrangeiro como os EUA, onde os frigoríficos negociam com avaliações mais altas, poderia permitir que a Minerva negociasse em um múltiplo mais alto do que sua média histórica.

Além disso, o banco observa que cerca de 85% das receitas do Minerva no terceiro trimestre de 2021 vieram de mercados estrangeiros e 55% da base acionária do Minerva está fora do Brasil, apoiando uma listagem no exterior.

Assim, o Santander reitera recomendação de compra para Minerva, com preço-alvo de R$ 16 por ativo, um potencial de alta de 58,4% em relação ao fechamento desta quinta.

O Morgan Stanley também enxerga a mudança para o exterior como positiva, mas ressalta que ainda é preciso ter mais detalhes sobre como seria a operação e a nova estrutura “antes de tirar conclusões precipitadas”.

O banco tem recomendação de compra para as ações da Minerva e estipula preço-alvo de R$ 16,50, um potencial de alta de 63%.

A Levante Investimentos destaca que a migração ao mercado acionário americano poderia levar a Minerva a ter uma precificação mais precisa. Isso faria sentido para a companhia num cenário em que ela depende pouco do ambiente macro brasileiro.

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