Naji Nahas: conheça especulador que quebrou bolsa do Rio

O especulador ficou conhecido por ter sido o homem que quebrou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro no ano de 1989, entenda como.

Naji Nahas é uma das figuras mais populares do mercado de ações, se destacando como o player mais admirado e temido do mercado financeiro brasileiro de todos os tempos. O especulador ficou conhecido por ter sido o homem que quebrou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro no ano de 1989.

Criado no Egito e radicado no Brasil desde 1969, quando se mudou para o este país. Ao migrar, Nahas carregava alguns milhões de dólares cedidos pela família e montou um conglomerado que abrangia empresas, fazendas de produção de coelhos, banco, seguradora e outros com seus recursos.

O empresário começou a investir em ações na Bolsa de Valores em 1980, quando a o mercado organizado onde se negociam ações de sociedades de capital aberto e outros valores mobiliários ainda era localizada no Rio de Janeiro. Naji Nahas, que possuía ações de estatais como Petrobras e Vale, foi parar nas manchetes dos jornais em 1998.

Tudo aconteceu quando o especulador efetuou muitas opções de compra de ações da Petrobras em um momento em que elas se encontravam desvalorizadas, ou seja com valores baixos. Nahas realizava uma operação conhecida no mercado como “Zé-com-Zé”, no qual através de laranjas e com a ajuda de empréstimos bancários, ele tinha cada vez mais lucros com a compra de ações que eram negociadas com ele mesmo.  Isso fazia com que as ações se valorizem artificialmente de forma rápida, o que causava o desequilíbrio entre valor de preço dos ativos, desta forma, manipulava uma alta artificial das ações.

Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o megainvestidor chegou a ter mais de 100 laranjas que compravam e vendiam ações para o próprio Nahas, com o objetivo de inflar a cotação dos papéis.

A estratégia do empresário permitia que ele operasse sem utilizar seu próprio dinheiro. Neste período,o mercado não estava aberto para investimento estrangeiro, tornando assim mais fácil a manipulação. Durante meses, Nahas manteve essa estratégia e assumiu um forte controle, no qual de certa forma sua posição o possibilitava ditar os preços das ações. Sozinho, o empresário representava uma grande parcela do mercado. Em um período de dois meses, Naji Nahas pagou US$ 3 milhões somente em corretagem.

Um consenso entre o presidente e diretores da Bovespa e os credores impossibilitou o empréstimo de dinheiro para o especulador, que ficou sem dinheiro para continuar com seus esquemas. A partir daí cada passo se tornava uma bola de neve, sem recursos, os cheques de Nahas aplicados nas corretoras intermediaram os negócios apareceram sem fundo. A devolução do cheque abalou as estruturas do mercado. 

A Bovespa confiscou a carteira de cerca de US$ 500 milhões em ações de Naji Nahas, para compensar o prejuízo, mas não foi o bastante para sanar o dano que ele havia causado. Após a notícia ter chegado nos jornais, o pânico tomou conta do mercado e as negociações ficaram suspensas. Assim que as negociações retomaram, muitos papéis mergulharam em queda livre. Isso prejudicou profundamente o funcionamento da bolsa de valores do Rio de Janeiro,que não conseguiu se recuperar mais e, com isso, em 2000 decidiu fechar suas operações.

Em sua defesa, o empresário alegou que o esquema praticado por ele era comum na época e vários grandes investidores do Brasil praticavam este mecanismo. Ele acrescentou também que a Bolsa só quebrou por causa da intervenção da própria equipe da Bolsa. Em 1997 Naji Nahas foi condenado a 24 anos e 8 meses de prisão. Ficou em prisão domiciliar por um ano, no entanto, após recorrer ganhou o direito de ficar em liberdade.

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