As expectativas de lucro da Nasdaq para este primeiro trimestre foram superadas, conforme informado pela operadora de Wall Street nesta quinta-feira (24). O resultado foi impulsionado pela maior volatilidade do mercado e pela forte demanda por seus produtos e soluções.
O volume total de opções sobre ações nos EUA teve um salto para 935 milhões de contratos no período, em comparação com 773 milhões de contratos no mesmo trimestre do ano anterior.
Como método de diversificação em seus fluxos de receita, a Nasdaq está expandindo suas atividades para além das negociações principais e listagem, chegando aos produtos que ajudam instituições financeiras a navegar por requisitos de conformidade e a se proteger contra crimes financeiros.
Com os mercados permanecendo voláteis no primeiro trimestre, devido à incerteza econômica e à disputa comercial entre EUA e China, as empresas têm gastado em produtos que ajudam a protegê-las da volatilidade do mercado.
Em mais detalhes, a Nasdaq informou que sua receita do negócio de tecnologia financeira subiu 10% na base de comparação anual, chegando a US$ 432 milhões, ao passo que a receita do negócio de soluções da empresa subiu quase 9%, para US$ 947 milhões.
“O atual ambiente macroeconômico, as recentes mudanças de política e as conversas em andamento sobre possíveis tarifas têm criado uma volatilidade significativa de curto prazo, e essa incerteza está, neste momento, pesando sobre as expectativas de crescimento do PIB global”, disse a presidente-executiva da Nasdaq, Adena Friedman, em chamada com analistas.
“No início do segundo trimestre, isso está criando um impacto modesto no momento da tomada de decisões corporativas, embora sem uma mudança significativa na demanda geral em todos os ciclos econômicos”, acrescentou ela.
Resultados financeiros detalhados da Nasdaq
Além disso, a receita líquida no trimestre foi de US$ 1,24 bilhão, acima do US$ 1,23 bilhão esperados pelos analistas, segundo os dados compilados pela LSEG.
Por fim, nos primeiros três meses do ano, o lucro líquido atribuível à Nasdaq em uma base ajustada foi de US$ 456 milhões, ou 79 centavos de dólar por ação, em comparação com US$ 367 milhões, ou 63 centavos de dólar por ação, um ano antes.
Economia dos EUA terá desaceleração em 2025, diz Goldman Sachs
Uma desaceleração expressiva deve afetar a economia dos EUA, no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, disse o Goldman Sachs. A análise indica que o PIB norte-americano tenha crescido 2,5% em 2024 e 0,5% neste ano.
Entre as razões para o freio, o banco vê tarifas mais elevadas, condições financeiras mais apertadas e o aumento na incerteza política.
Além disso, a estimativa da equipe do Sachs é que ao passo que a renda disponível dos consumidores recue, seus gastos caiam também, à medida que as taxas elevam os preços.
Baseado em experiências anteriores, visto que os EUA já entraram em uma guerra comercial com a China em 2016, no primeiro mandato de Donald Trump, o Goldman Sachs analisou que a maior parte dos aumentos sequenciais da inflação acontecem no período de dois a três meses após a implementação das tarifas.
Por consequência desse cenário, a previsão do banco é que o crescimento dos gastos nos EUA diminua logo após o início da alta dos preços. Além disso, é esperada uma queda acentuada nos gastos com importações.
O banco também citou que os gastos dos consumidores devem ter impactos em outros setores, com uma desaceleração nas contratações nos setores de saúde, governo e educação, e um arrasto decorrente dos efeitos negativos da riqueza devido à queda nos preços das ações.