A Natura (NTCO3) recuperou sua estabilidade financeira graças às vendas da Aesop e da The Body Shop, o que permitiu não apenas o pagamento parcial de suas dívidas, mas também o retorno à distribuição de dividendos.
Após voltar à lucratividade no ano passado, a Natura (NTCO3) anunciou a distribuição de R$ 979 milhões aos acionistas, ou R$ 0,70 por ação, referente ao exercício de 2023, cujos números foram divulgados na terça-feira (12).
Desde o final de 2022, a empresa não anunciava uma distribuição de proventos. Naquela ocasião, informou que pagaria aos acionistas um montante muito inferior ao atual, de R$ 180 milhões, ainda referente ao exercício de 2021 e obrigatório mínimo de 30% do lucro líquido.
A última vez que anunciou um dividendo semelhante foi em 2014, quando ainda era Natura Cosméticos, distribuindo R$ 709,4 milhões, com um valor por ação maior, de R$ 1,63.
O valor de R$ 979 milhões supera o mínimo estatutário da empresa (de R$ 294 milhões, ou 30% do resultado ajustado de 2023) e implica um dividend yield de 4,1%, com base no fechamento de segunda-feira, de acordo com o Goldman Sachs.
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A melhoria da rentabilidade e a conquista de uma posição de caixa confortável após as vendas dos negócios da Aesop e da The Body Shop permitiram a viabilização do anúncio do dividendo de quase R$ 1 bilhão. A The Body Shop, em particular, estava com desempenho aquém do esperado e foi vendida a um quinto do valor pago na aquisição em 2017.
Natura (NTCO3) nega possibilidade de venda de Avon
Questionado sobre a possível venda de ativos da Avon Internacional, o presidente da Natura (NTCO3), Fábio Barbosa, afirmou que o desinvestimento “está fora de questão”, embora os estudos para uma eventual cisão da unidade e sua listagem em bolsa ainda estejam em andamento.
Os executivos destacaram a diferença entre os modelos de negócio da Avon, Natura e The Body Shop, ressaltando que não é necessário realizar a cisão de um ativo para desinvestir, citando a venda da The Body Shop.
A empresa reconhece que a Avon dificilmente atingirá o mesmo patamar de margens das operações da Natura, mas vê potencial para melhorar ainda mais suas margens. Em 2023, a Natura registrou um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,8 bilhões de 2022, e encerrou o ano com caixa líquido de R$ 1,7 bilhão.
