Em resultado das medidas de otimização operacional implementadas nos últimos dois anos, a Avon International apresentou uma melhora nas margens, de acordo com a Natura.
No quarto trimestre de 2023 (4T23), a margem Ebitda ajustada da unidade de negócios atingiu 11,3%, marcando um aumento de 550 pontos-base em comparação com o mesmo período de 2022. A margem Ebitda é um indicador chave da rentabilidade operacional de uma empresa.
A possível divisão da unidade de negócios da Natura&Co, visando uma eventual listagem separada, não está diretamente relacionada à melhoria das margens. A Natura &Co anunciou a consideração de uma divisão da Avon no início de fevereiro.
A empresa explicou em uma coletiva de imprensa, após a divulgação do balanço do último trimestre do ano passado, que os estudos estão em estágios iniciais.
No recente processo de mudanças na empresa, cada área recebeu maior autonomia, conforme afirmado pelo CEO da Natura, Fábio Barbosa. “Com isso, passamos a pensar que, se as unidades já estão independentes, por que elas não podem ter ações diferentes? Tem o investidor que quer investir na América Latina, mas na ação de Natura ele também tem exposição à Europa, Turquia. O estudo atual é pela ótica de conveniência ao investidor”, afirma.
Ele enfatiza que o processo está em estágio inicial e ainda não há definição de prazos. De forma clara, o executivo afirma que não há intenção alguma de se desfazer da Avon.
Melhoria nas margens da Natura
O diretor financeiro Guilherme Castellan observa que, apesar da melhoria nas margens da Avon, é altamente desafiador que a marca atinja o mesmo patamar da Natura.
“Vemos com bons olhos o trabalho que foi feito. Há grande potencial para maior extração de margem. Mas a Natura opera em segmento mais alto, vende produtos mais caros com margem bruta muito maior”, destaca Castellan.
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Barbosa sugere que, com uma situação um pouco mais favorável, a partir de agora, haverá um aumento nos investimentos em marketing para as marcas. “No caso da Avon International, isto será em alguns países, naqueles em que há maior potencial”, diz.
O plano de transformação na Natura teve início há dois anos com o objetivo de buscar maior eficiência. Segundo a gestão, esse objetivo está sendo alcançado, como evidenciado pelos resultados do 4T23.
O processo agora está na fase conhecida como “Onda 2”, que envolve a integração das marcas após a aquisição da Avon em 2020. A empresa registrou um avanço sequencial na rentabilidade.
Estrutura de capital
Castellan aponta que a empresa está buscando um ponto ideal para sua estrutura de capital, visando uma alavancagem de 1,5 vez dívida líquida por Ebitda.
“Não vamos chegar nisso da noite para o dia. As ações que tomamos no passado nos deram uma posição de caixa forte no final do ano. Temos prognóstico de geração de caixa no futuro. Isto já permite começar devagar a entrar na estrutura ótima de capital”, afirma.
Consistente com isso, a empresa divulgou dividendos no valor total de R$ 979,176 milhões referentes ao exercício social de 2023.
Barbosa também aponta que, com uma situação um pouco mais favorável, a empresa planeja aumentar os investimentos em marketing para suas marcas. “No caso da Avon Internacional, isso será em alguns países, naqueles em que há maior potencial”, diz.
