A gigante Nestlé lançou uma nova marca de produtos alimentícios, a Vital Pursuit, “destinadas a ser o parceiro ideal para usuários de medicamentos para perda de peso GLP-1″, como o Ozempic. Os primeiros lançamentos são de pizza e sanduíche.
Ao todo, serão 12 produtos criados especificamente para esse público. A ideia do mais novo investimento da Nestlé veio da projeção do J.P. Morgan de que 9% da população dos EUA fará uso de medicamentos para obesidade até 2030.
Já a expectativa no Goldman Sachs é de que medicamentos como o Ozempic e Wegovy podem impulsionar a economia dos EUA em US$ 1 trilhão nos próximos quatro anos.
É a primeira marca da companhia especificamente voltada a usuários de drogas como para perda de peso como Ozempic e Wegovy, juntando-se a outras empresas na corrida para atrair consumidores com práticas que se adequem ao tratamento.
Por exemplo, nos EUA, academias de luxo como a Life Time estão adquirindo clínicas de perda de peso com médicos que podem prescrever GLP-1s, enquanto a Equinox está projetando programas de exercícios especificamente para pessoas que tomam o medicamentos.
O CEO da Nestlé North America, Steve Presley, disse em um comunicado à imprensa que a Vital Pursuit “oferece opções de alimentos acessíveis e saborosos que atendem às necessidades dos consumidores nesta categoria emergente”.
Sucesso do Ozempic impacta desde mercado publicitário a PIB
O impacto do sucesso do Ozempic, medicamento mais vendido para tratamentos de diabetes e popularizado, principalmente, para emagrecimento, vai além do incremento na farmacêutica Novo Nordisk – que movimentou R$ 3,7 bilhões no mercado privado ao longo do ano passado.
O uso surpreendente das canetas injetáveis levou a conta bancário do roqueiro David Paton a crescer consideravelmente: após 50 anos de sucesso da música “Magic”, o cantor foi convidado para regravar uma versão publicitária da canção, em que “Oh, oh, oh, it’s Magic” se tornou “Oh, oh, oh, Ozempic”.
Paton, a Sony Music Publishing e Novo Nordisk se recusaram a discutir os termos financeiros do acordo.
Três executivos da indústria musical, no entanto, disseram ao The New York Times que, provavelmente, o acordo valia sete dígitos para Paton, ou seja, pelo menos US$ 1 milhão.
O setor de alimentação também não ficou de fora quando o assunto é o impacto da popularização do Ozempic, mas, ao contrário da situação envolvendo o artista David Patson, o efeito foi negativo.
John Furner, CEO do Walmart, disse à Bloomberg que notou menos consumo de comida dos americanos que utilizam o medicamento.
Na outra ponta do efeito dominó, o PIB da Dinamarca, sede da farmacêutica Novo Nordisk, registrou alta de 1,7% no primeiro semestre de 2023.
Não fossem os resultados da Novo Nordisk, o cenário seria de queda de 0,3% da economia, segundo o Ministério da Economia dinamarquês.