O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (28) com alta de 1,02%, aos 131.212,58 pontos. O dólar comercial subiu 0,06%, a R$ 5,70.
A semana começou com o Ibovespa firmando uma alta mesmo diante de uma agenda econômica ainda fria. Em compensação, o radar corporativo se aqueceu nesta sessão, com a Azul (AZUL4) sendo destaque ao lado da Vale (VALE3) e dos bancos.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com leve alta de 0,02%, a US$ 104,28.
A companhia aérea Azul, que atualmente enfrenta um processo de recuperação judicial nos EUA – Chapter 11 – anunciou um novo acordo para captar até US$ 500 milhões com seus atuais detentores de títulos de dívida. Além desse valor total, há a possibilidade de mais US$ 200 milhões serem desbloqueados até o final do ano.
A operação também inclui acordos para melhorar o fluxo de caixa da Azul em US$ 150 milhões. Dessa forma, a empresa conseguirá reduzir suas obrigações com arrendadores e OEMs nos próximos 18 meses.
“Vejo como uma notícia positiva, pois temos uma renegociação com injeção de mais recursos, ou ao que tudo indicava, a empresa continuaria respirando por aparelhos por conta do fluxo estrangulado”, pontuou Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais.
“Agora a companhia vai ter tempo e recursos para arrumar a casa em prol da saúde financeira de longo prazo. No curto prazo o incêndio foi apagado, agora é trabalhar para a retomada da empresa ser de fato perene”, completou.
Além disso, o Ibovespa também se beneficiou da perspectiva positiva que tomou conta do mercado com relação à Vale. As ações ordinárias da companhia subiram, mesmo com o minério de ferro em queda, devido às boas interpretações sobre a mudança no cargo de CFO, que será ocupado por Marcelo Bacci.
“Os resultados em linha com as expectativas de mercado, o novo CFO, Marcelo Bacci, o acordo definitivo para compensação dos danos referentes ao desastre de Mariana, fizeram o ativo subir”, disse Idean.
O ambiente dos bancos foi influenciado pela visão dos analistas, que seguem com uma perspectiva favorável quanto aos resultados, explicou Alves. O Santander e o Bradesco devem ter uma melhora na carteira de crédito, menor inadimplência, e expansão na base de seguros no caso do Bradesco.
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Enquanto isso, a Petrobras (PETR4) e demais petroleiras atuaram como uma âncora negativa para o Ibovespa, isto porque os preços internacionais do petróleo caíram mais de 5%, refletindo os conflitos no Oriente Médio, com ataques de Israel no Irã que ameaçam as instalações de petróleo.
A Azul (AZUL4) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 13,99%. Logo atrás, IRB (IRBR3) e BRF (BRFS3) registraram altas de 6,80% e 4,71%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Hypera (HYPE3) liderou as perdas, caindo 8,70%. Em seguida, vieram Prio (PRIO3) e Brava Energia (BRAV3), com perdas de 1,68% e 1,35%.
Altas e Baixas do Ibovespa: varejistas valorizam forte
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,20% e 0,17%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,68%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 1,86%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 1,61%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,30%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,53% e baixa de 0,19%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 1,81% e 0,88%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,72%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 0,52%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 1,66%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta segunda-feira (28). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,43%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,79%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,47%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,27% e 0,26%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,65%.
