A Nomad tem apresentado um crescimento consistente em 2022. Fundada em 2019, a fintech, que já conta com mais de 800 ativos disponíveis, atingiu a marca de 1 milhão de downloads e 500 mil contas abertas. Além de aumentar o seu número de clientes, a companhia mirou aumentar sua oferta de serviços financeiros. Para isso, em maio deste ano, a empresa conseguiu captar US$ 32 milhões. Com o levantamento de capital, a plataforma passou a ser avaliada em mais de R$ 1 bilhão em valor de mercado.
Em entrevista cedida ao BP Money, Caio Fasanella, CRO da Nomad, relatou que a fintech tem como objetivo simplificar e dinamizar a experiência dos seus clientes, algo que a diferencia em relação às outras plataformas de câmbio.
“A Nomad foi feita com um foco muito grande em simplificação, em ter uma experiência muito boa. E a usabilidade, né? Ela facilita o acesso de todas as pessoas. Em outras plataformas de investimento é muito comum você ter aquela experiência padrão de Home Broker, com aquela complexidade para a pessoa conseguir colocar uma ordem, executar uma ordem, etc. Ao passo que você acessa a plataforma de investimento da Nomad, se você quiser comprar, por exemplo, US$ 50 de Apple, nós executamos a ordem no melhor preço”, explicou.
De acordo com o executivo, o crescimento da Nomad em 2022 foi fruto de todo um trabalho de fortalecimento da marca, aproximando potenciais clientes de produtos oferecidos na plataforma da fintech.
“A gente trabalhou muito em torno da marca, da percepção da marca e dos clientes terem uma identidade com a Nomad. A gente procurou criar uma proximidade com o público, e o produto está desenvolvido de modo que tenha essa proximidade e fuja um pouco daquele mercado mais tradicional, das plataformas cinzas ou pretas, que trazem aquele tom de seriedade”, disse.
Para 2023, Fasanella acredita que o crescimento da Nomad será ainda maior. O executivo pontuou que a fintech buscará fortalecer sua plataforma de investimentos, que foi lançada em maio deste ano.
Nomad busca fortalecer sua plataforma de investimentos em 2023
De acordo com Fasanella, a equipe da Nomad tem notado nos últimos meses um forte crescimento de brasileiros com o desejo de formar um patrimônio dolarizado. Por conta disso, a fintech espera aumentar seu número de clientes e fortalecer sua plataforma de investimentos.
“Nós temos visto um crescimento das pessoas que querem ter um patrimônio em dólar. Brasileiros que têm uma perspectiva de valorização do câmbio e estão começando a proteger o patrimônio em uma moeda mais forte fora do Brasil, em um banco sólido e seguro. Então a plataforma de investimento surge para agregar nesse caso de uso. É claro que a pessoa também pode usar também a conta corrente para deixar o dinheiro reservado lá fora numa reserva de emergência”, afirmou.
O CRO da Nomad ainda ressaltou a aquisição da Husky, startup de transferências internacionais que facilita o pagamento de brasileiros que trabalham para o exterior, ocorrida em novembro. Segundo o executivo, a empresa tem apostado suas fichas na Husky para 2023.
“A gente fez recentemente a aquisição da Husky, empresa super relevante no mercado de Global Workers, ou seja, aqueles profissionais que em geral moram no Brasil, mas tem uma renda fora do Brasil. Essa compra contribuiu muito para a nossa missão, que é simplificar a vida financeira global. Nós temos apostado neste grupo, que tem desde engenheiros, que trabalham com tecnologia, até produtores de conteúdo”, relatou.
Nomad planeja entrar no mercado de crédito em 2023
Quando questionado sobre os novos serviços que a Nomad planeja lançar em 2023, Fasanella foi enfático ao afirmar que a fintech tem estudado investir em produtos de crédito.
“A gente tem olhado para algum tipo de alternativa de crédito. Para contextualizar, quando o cliente abre a conta na Nomad, ele abre uma conta num banco americano. Associado a essa conta corrente, nós temos o cartão de débito. O cliente também pode abrir a conta de investimento numa corretora americana”, relatou.
“Hoje, a gente está olhando para soluções em torno de crédito. Por quê? Porquê hoje o cliente precisa fechar o câmbio no aplicativo para ter o dinheiro na conta e poder usar no cartão. Então, o cartão de débito funciona como um pré-pago, e a Nomad está olhando para alternativas para ter uma experiência similar ao pós-pago. Nós estamos buscando alternativas de crédito para poder viabilizar aquele tipo de operação na qual o cliente não está com o dinheiro, mas quer gastar eventualmente em uma viagem, por exemplo”, explicou Fasanella.
Novas parcerias com famosos são prováveis
Recentemente, o humorista brasileiro Fábio Porchat anunciou que se tornou sócio da Nomad. Em entrevista feita ao “Valor Econômico”, Porchat afirmou que irá integrar o comitê de marketing e de construção de marca, sendo um reforço criativo para as estratégias de comunicação.
De acordo com o CRO da fintech, a Nomad não descarta realizar mais parcerias com personalidades famosas, enfatizando que a empresa está sempre olhando para colaborações desse tipo.
“A gente está sempre olhando para parcerias desse tipo, ter personalidades participando mais ativamente em torno da marca, construção da marca e reforço da marca Nomad. Sempre estamos olhando para novas possibilidades”, afirmou.