O fundo europeu Nordea Asset Management, que tem € 237 bilhões sob gestão, decidiu retirar as restrições para investimentos em títulos de dívida do governo brasileiro. As informações são do jornal “O Globo” e foram publicadas nesta quinta-feira (3).
A decisão do fundo teria sido tomada em razão da sinalização de que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve priorizar a agenda climática em seu governo, dando à ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva um papel importante nas políticas de proteção da Amazônia.
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O Nordea, maior fundo dos países nórdicos, congelou os investimentos no Brasil em 2019, devido ao aumento de queimadas na Amazônia e do “esvaziamento das políticas de proteção do meio ambiente e dos povos indígenas pelo governo Bolsonaro”.
Na época, o Nordea tinha uma exposição de € 100 milhões em papéis de dívidas do governo brasileiro. Hoje, a exposição do fundo ao Brasil, levando em consideração as emissões de governo e privadas, é de € 1 bilhão.
“Com base nas declarações do presidente-eleito, incluindo o esperado retorno de Marina Silva ocupando um papel central no governo, junto com o efetivo reconhecimento do resultado da eleição por parte do presidente que está de saída, o time de dívidas de países emergentes do Nordea resolveu retirar a quarentena imposta aos bonds do governo brasileiro”, afirmou em nota o chefe de investimentos responsáveis da Nordea Asset Management, Eric Christian Pedersen.
Marina Silva (Rede), eleita deputada federal e cotada para ocupar a pasta do Meio Ambiente no governo Lula, está no centro das articulações para a participação de Lula na COP27 (conferência do clima da ONU), que será realizada daqui a duas semanas, no Egito.
Marina não era aliada de Lula há mais de dez anos, tendo deixado a pasta do Meio Ambiente por divergências na condução da pauta ambiental. A deputada federal passou a apoiar Lula, ativamente, após o primeiro turno das eleições de 2022, reiterando o compromisso estratégico com a agenda ambiental e climática.