Nubank (NUBR33) demite e premia quem não falar mal da empresa

De acordo com um documento que o Portal do Bitcoin teve acesso, o desligamento contém uma cláusula de não difamação da empresa

 

A Nubank (NUBR33) promoveu mais uma onda de demissões na última sexta-feira (10). De acordo com um documento que o Portal do Bitcoin teve acesso, o desligamento contém uma cláusula de não difamação da empresa. Quem assina o documento recebe um salário adicional e uma extensão de três meses do plano de saúde.

“Difamar significa, sem limitação, fazer comentários ou afirmativas sobre qualquer pessoa ou entidade, inclusive, mas sem limitação, à imprensa, à mídia, em redes sociais diversas”, diz o texto, que inclui Linkedin, Facebook, Instagram e Twitter como locais nos quais o funcionário não deve se expressar de maneira que prejudique a “honra, boa fama ou reputação” do empregador.

Caso o funcionário descumpra alguma das regras estabelecidas, o contrato prevê uma multa de 50% do valor total contemplado.

Uma funcionária demitida conversou com a reportagem e estimou que foram cerca de 30 desligamentos na última sexta.

A empresa enviou uma nota, negando que a ação se trate de demissão em massa. “O Nubank, como todas as empresas, avalia constantemente sua estrutura e realiza ajustes de acordo com as demandas do negócio, performance, necessidade de equipe, entre outros, inclusive realocando as pessoas impactadas para novas posições abertas na companhia, quando possível. Também reiteramos que a empresa segue contratando, no ritmo adequado para os seus planos de negócios em 2023”, justificou. 

Em nota, a companhia disse que respeita a legislação trabalhista e que “as obrigações de confidencialidade e de não-difamação são recíprocas e praticadas por diversas empresas do setor”. Veja a nota na íntegra:

O Nubank, como todas as empresas, avalia constantemente sua estrutura e realiza contratações, desligamentos e transferências internas de acordo com as demandas do negócio, performance, necessidade de equipe, entre outros motivos. O Nubank segue contratando, no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023.
Em respeito ao sigilo e proteção de dados dos seus funcionários, a empresa não comenta publicamente casos específicos, mas reitera que segue à risca a legislação trabalhista. As obrigações de confidencialidade e de não-difamação são recíprocas e praticadas por diversas empresas do setor. Elas constam nos nossos contratos de trabalho desde o momento de admissão, e são reiteradas nos acordos de desligamento.

Nubank fechou setor e demitiu 40 pessoas em janeiro

O Nubank demitiu 40 pessoas e encerrou sua área de assessoria de investimentos, no final de janeiro. A informação é do jornal “Valor Econômico”. Em dezembro de 2022, a fintech já havia promovido algumas demissões, alegando ajustes pontuais.

Procurado pelo “Valor”, o Nubank afirmou que realiza regularmente ajustes de acordo com as necessidades do negócio e de seus clientes. “Depois de uma cuidadosa avaliação, a empresa decidiu encerrar o serviço de assessoria de investimentos, que estava disponível para uma pequena parcela de clientes. Na prática, os clientes seguem com seus recursos devidamente aplicados nos investimentos escolhidos, tendo acesso aos apps Nubank e NuInvest, assim como nossas plataformas de conteúdo, onde podem obter extenso material sobre investimentos e educação financeira”, disse.

Em 2022, o Nubank aumentou seu quadro de funcionários de 6 mil para 8 mil funcionários em 2022 e, conforme já anunciado, segue contratando, “no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023”.