‘’Então é natal e o que você fez?’’, o trecho da música da cantora Simone já foi citado em inúmeras situações, agora ele é valido para o mercado financeiro. O fim de ano se aproxima e com ele está a expectativa do rally de Natal.
O termo ‘’rally’’ possui vários significados, dentre eles está a representação de uma melhora súbita ou um vigor no estado de saúde de alguém. Na bolsa de valores a movimentação é parecida, nos últimos meses do ano os investidores costumam receber uma injeção de ânimo alta em ativos financeiros, especialmente após uma queda pronunciada. Tanto a bolsa brasileira quanto a bolsa americana vêm de um histórico de rallys crescente.
O rally acontece por alguns fatores específicos dessa época, como o famoso “espírito natalino’’ e o otimismo das pessoas com as perspectivas de um novo ano. Outro facilitador são as pessoas físicas investindo seus bônus de final de ano.
Foto:Refinitiv Workspce/Grafico do S&P 500 elaborado pelo autor. (Variação considerando a mínima/máxima do mês de novembro até o fim do rally de alta/correção)
O S&P 500, um índice composto por quinhentos ativos cotados nas bolsas de NYSE ou NASDAQ, registrou que em dez anos houveram oito comemorações do rally de natal. Enquanto no Brasil, nesse mesmo período, passamos por dois anos estagnados e só começamos a ter essa movimentação em 2018. O que é questionado por muitos investidores é se o Ibovespa vai continuar nessa crescente assim como o S&P 500 no fim de 2021.
Levando em consideração que o indicador americano de planejamento fiscal, onde grandes investidores vendem as ações com performance fraca ou perdas antes do final do ano, não é tão importante no Brasil, é preciso analisar outras questões como a queda geral nos volumes negociados nas bolsas, principalmente por parte de grandes investidores institucionais e os mercados com volumes pequenos que costumam ser mais voláteis.
Foto: Refinitiv Workspce/Gráfico Ibovespa elaborado pelo autor (variação considerando a mínima/máxima do mês de novembro até o fim do rally de alta/correção).
De acordo com Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, o tempo que resta para o fim ano não é favorável ao rally. Segundo Beyruti, “Para ser um rali de fim de ano, o Ibovespa precisaria estar acima dos 120 mil pontos. Acho difícil, porque o cenário externo segue desafiador”.
Alguns investidores podem olhar para a queda da Bolsa nos últimos meses, e pensar que é um bom momento para compra ações, já que o Ibovespa está mais barato. Para Beyruti, o melhor é “seguir com mais cautela, porque o cenário é pessimista e o rali de fim de ano pode não vir”. O economista lista a inflação, o teto de gastos e Tapering como obstáculos para que o mercado brasileiro possa comemorar.
Nesta quinta-feira (11) a pontuação do Ibovespa está se aproximando dos 108 mil pontos até as 16h30, no horário de Brasília.