Tecnologia

O melhor da IA ainda está por vir, dizem CIOs de bancos

A vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do Banco do Brasil, defende a democratização da tecnologia

IA inteligencia-artificial
Inteligência Artificial (IA)/ Foto: Divulgação

Durante o painel do Febraban Tech 2024, CIOs de alguns dos maiores bancos do País discutiram como estão utilizando a inteligência artificial (IA) generativa atualmente e compartilharam suas expectativas sobre o impacto dessa tecnologia.

Luis Bittencourt, vice-presidente-executivo de Tecnologia e Operações do Santander Brasil e mediador do encontro, destacou que as instituições financeiras já utilizam inteligência artificial há algum tempo. “Mas estamos apenas no início dessa revolução do setor”, aponta.

A vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do Banco do Brasil, Marisa Reghini, compartilha da mesma opinião e observa que o debate sobre como a inteligência artificial transformará o backoffice e o relacionamento com os clientes ainda está por começar.

Marisa defende a democratização da tecnologia e afirma que a estratégia do banco inclui disseminar o conhecimento sobre IA por toda a organização.

“Para isso, criamos uma unidade de Analytics e Inteligência Social, que tem a função de democratizar o conhecimento e mostrar à organização como a IA vem evoluindo”, revelou. Esse processo conta com o suporte de uma plataforma de autosserviço, acessada atualmente por cerca de 4.000 funcionários diariamente. 

Potencial da IA

A Caixa também destaca a importância da integração entre pessoas e tecnologia. De acordo com Laércio Roberto Lemos de Souza, vice-presidente de Tecnologia Digital da instituição, a tecnologia deve amplificar as capacidades humanas. No entanto, ele ressalta que, sem uma gestão eficaz das pessoas, a implementação de qualquer solução tecnológica se torna inviável.

Nesse contexto, ele acredita que a aplicação da inteligência artificial será mais eficaz na prestação de serviços ao cidadão. “Temos várias ações em andamento, como o uso da IA na jornada de habitação, que reduziu a análise de processos de três dias para poucas horas, criando uma experiência positiva no início de uma relação que pode durar décadas”, diz.  

No Bradesco, a BIA é o exemplo mais conhecido de aplicação de inteligência artificial, e o banco busca utilizar a tecnologia de forma responsável.

Segundo Edilson Reis, CIO da instituição, “a IA generativa não é a solução mágica para todos os nossos problemas, e seu uso deve ser combinado com a IA tradicional”. Reis destaca que é essencial entender profundamente o problema antes de escolher a ferramenta adequada. Nesse sentido, o banco tem investido em uma abordagem racional, focada nos resultados esperados para cada iniciativa.

Inteligência Artificial chega a 72% das empresas

Cerca de 72% das companhias ao redor do mundo já adotaram a tecnologia à base de Inteligência Artificial, em 2024. Os dados são da pesquisa  “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, da McKinsey.

Essa porcentagem representa um aumento importante quando comparada aos 55% do ano anterior. O uso da inteligência artificial generativa também seguiu o mesmo ritmo, crescendo de 33% (2023) para 65% (2024).

Segundo estudo da Randstad, em torno de 65% das empresas expandiram seus orçamentos em inteligência artificial, de acordo com a “CNN Brasil”.

Os setores de indústrias avançadas e bens de consumo e varejo recebem o menor orçamento digital por parte das empresas, enquanto os segmentos de energia, material e tecnologia recebem 20% dos investimentos que as empresas destinam, revelou o estudo.

Os entrevistados pela pesquisa disseram que a IA analítica diminui os custos das operações de serviços e aumenta as receitas nos setores de marketing e vendas. 

Atualmente, gigantes da tecnologia, como a Microsoft (MSFT34) e a Amazon (AMZO34) tem investido cada vez mais no desenvolvimento de inteligência artificial para seus serviços.