Mercado

Oceânica Engenharia deve postergar abertura de IPO

Dúvida em torno dos juros nos Estados Unidos é o principal entrave para os planos da companhia

Apesar de ter anunciado a intenção de acabar com a seca de ofertas iniciais de ações (IPO, pela sigla em inglês) na B3, a Oceânica Engenharia deve recuar da operação.

Segundo o “Valor”, a volatilidade dos mercados por conta da dúvida em torno dos juros nos Estados Unidos é o principal entrave para os planos da companhia.

Segundo uma fonte, a empresa deve precisar de mais tempo de conversas com os investidores para apresentar a companhia, no chamado “investor education”. A bolsa brasileira vive um dos maiores jejuns de estreias de sua história, vivendo dois anos seguidos sem nenhum IPO.

A companhia anunciou neste mês a contratação do sindicato de bancos que irão coordenar a operação. Disse, na ocasião, que a oferta seria primária e secundária. Os recursos que irão ao caixa, ainda de acordo com a empresa, serão destinados à aquisição de embarcações, máquinas, equipamentos e aumento da posição de caixa da companhia.

No acumulado de janeiro a setembro do ano passado, a Oceânica registrou receita líquida de R$ 684,3 milhões, alta de 40,1% no comparativo anual. Já o lucro líquido foi de R$ 19 milhões, crescimento de 88,7%.

Procurada, a companhia não comentou até o momento.

Presidente da B3 espera “alguns IPOs” em 2024, com robustez no 2S24

O presidente-executivo da B3 (B3SA3), Gilson Finkelsztain, afirmou neste mês que mais de 100 empresas estão se preparando para realizar abertura de capital no Brasil. No entanto, ele prevê apenas alguns IPOs em 2024, com um movimento mais robusto no campo de ofertas subsequentes.

Durante entrevista a jornalistas, o executivo estimou que “alguns IPOs vão se concretizar”. No entanto, ressaltou que esse tipo de operação “exige um mercado mais fluido, um fluxo mais robusto, uma dinâmica mais clara do juro chegando a um dígito e a inflação sob controle”. “Estou mais cauteloso com IPOs”, afirmou o presidente-executivo da B3.

Finkelsztain destacou que percebe o mercado brasileiro em uma posição favorável em comparação a outros mercados emergentes para atrair investimentos. Ele apontou o cenário de crescimento do País, a capacidade de avançar em reformas, e a ausência de instabilidade política, conflitos e eleições como fatores contribuintes para essa perspectiva positiva.

O executivo complementou que persiste uma incerteza em relação à capacidade do Ministério da Fazenda de atingir a meta fiscal de déficit zero. No entanto, enfatizou que, mesmo que o resultado não alcance precisamente o zero, como é precificado pelo mercado, a situação está sob controle.