A OEC, braço de engenharia e construção da Novonor, contratou a assessora financeira Lazzar para reestruturar dívidas da empresa e negociar com credores donos de títulos de dívidas emitidos no exterior. A ex-integrante do grupo Odebrecht possui um débito de US$ 1,9 bilhão em bonds que vão começar a vencer em 2024. As informações são Estadão.
Diferente da maioria das empresas do grupo Odebrecht, a OEC não precisou pedir por recuperação judicial em 2020. A companhia conseguiu estruturar os bonds fora do processo de recuperação. A pandemia e sistuações econômicas adversas acabaram atrapalhando a regeneração de sua carteira de obras contratadas.
Escassez de créditos para CNPJ faz disparar renegociação de dívidas
Empresas endividadas têm recorrido a renegociação de débitos, além de recuperação judicial e extrajudicial, para continuar na ativa por causa das dificuldades de conseguir crédito empresarial. Os problemas quanto ao crédito deve continuar, pelo menos até o fim do ano, dificultando a operação das companhias brasileiras, acreditam analistas.
O BC divulgou que a concessão de crédito para pessoas jurídicas foi de R$ 166 bilhões em fevereiro, valor 8,6% inferior ao de janeiro. Para o Goldman Sachs, é provável que esse cenário piore. “Esperamos que as condições de crédito se tornem mais exigentes nos próximos meses devido ao alto nível de endividamento do consumidor, taxas elevadas, perspectiva de abrandamento da atividade real e o surgimento recente de várias situações de dificuldade de crédito corporativo”, afirma relatório do banco.
Com todas as dificuldades, as companhias têm tido dificuldade de rolar dívidas. As que conseguem estão pagando juros pesados. Para os que não estão conseguindo a opção de crédito, as recuperações judicial e extrajudicial têm sido a saída. Na última semana, o Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, e a varejista de moda Amaro recorreram, respectivamente, a esses expedientes.