Aumento de 30%

Ofertas no mercado de capitais batem recorde no ano por avanço em agosto

O resultado deste ano já supera o contabilizado em todo o ano de 2023; em agosto houve avanço de 30,7%, segundo a Anbima

Foto: CanvaPro
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As ofertas no mercado de capitais atingiram a marca de R$ 484,2 bilhões no acumulado deste ano, um recorde sa série histórica iniciada em 2012.

Os números foram resultado do impulso de 30,7% em agosto, na comparação anual, com a ofertas do mercado de capitais no mês chegando a R$ 47,3 bilhões, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O resultado deste ano já supera o contabilizado em todo o ano de 2023 (R$ 467,3 bilhões).

Em paralelo a isso, para elevar a rentabilidade dos fundos os gestores tem focado na emissão de FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), que somaram R$ 4,5 bilhões em agosto.

O volume representou uma alta de 187,9%, quase o triplo do registrado no mesmo período do ano passado de acordo com o “Valor”. O valor já superou toda a somatória de 2023, chegando a R$ 43,3 bilhões nos oito primeiros meses de 2024.

O mercado de capitais também registrou o total de R$ 27,1 bilhões em emissões de debêntures em agosto, um crescimento de 38,9% na comparação com agosto de 2023, e, no ano, de R$ 283,9 bilhões, também um recorde para o período.

Os intermediários e demais participantes ligados à oferta e os fundos de investimento foram os principais subscritores no mês, em 47,2% e 44,9%, respectivamente.

Enquanto isso, os destinos principais dos recursos captados no mercado de capitas foram o investimento em infraestrutura (27,6%) e a gestão ordinária (25,2%). Já o prazo médio dos papéis chegou a 8 anos, segundo o veículo.

“As condições favoráveis do mercado de capitais, a liquidez no mercado secundário e a evolução contínua da regulação têm permitido os sucessivos recordes neste ano, mesmo com potenciais volatilidades à frente”, disse Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.

Com R$ 7,1 bilhões em emissões, as notas comerciais tiveram o melhor resultado para agosto na série histórica. No acumulado de 2024, através desse item as empresas captaram R$ 31,4 bilhões, o que também foi além do valor captado em todo o ano de 2023.

Na linhas negativa da captação do mercado de capitais, os dados da Anbima indicaram que os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) caíram 4,5% em agosto, na comparação anual, com R$ 1,6 bilhão no mês. A somatória do ano chegou a R$ 27,0 bilhões.

Enquanto isso, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) tiveram uma queda brusca de 42,4% em agosto, com R$ 4,2 bilhões em emissões. No entanto, no acumulado do ano até agosto, a soma atingiu os R$ 39 bilhões, o maior que a Anbima já registrou nesse período.

Outra queda registrado foi na categoria dos FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário), em cerca de 23,5%, somando R$ 2,6 bilhões. Porém as ofertas no ano foram 14,8% maiores que em 2023, com volume de R$ 34,7 bilhões.

Mercado de capitais tem giro recorde de R$ 337,9 bi no 1º semestre

As empresas brasileiras captaram R$ 337,9 bilhões no mercado de capitais doméstico no primeiro semestre de 2024. O volume representa um recorde, de acordo com informações da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O avanço da captação no mercado de capitais é de cerca de 119% em relação ao mesmo período em 2023, marcado pelas crises das Lojas Americanas (AMER3) e da Light (LIGT3), que deixaram o mercado estagnado por alguns meses.

A renda fixa ganhou mais espaço no primeiro semestre deste ano e responde a 90% do volume total no período. Foram R$ 305 bilhões emitidos, um volume significativamente maior que o emitido um ano antes.

Em relação à renda variável, as emissões totalizaram R$ 4,9 bilhões, uma forte contração em relação ao registrado no mesmo período em 2023, quando foram R$ 13,5 bilhões. Já os instrumentos híbridos somaram R$ 28 bilhões, ante os R$ 28 bilhões de um ano antes.

Além disso, as emissões de debêntures somaram R$ 206,7 bilhões no primeiro semestre, o maior volume da série histórica para o período, de acordo com o “Valor”.