A Oi (OIBR3) publicou fato relevante na noite de sexta-feira (21) informado a decisão de adiar a divulgação do resultado do quarto trimestre de 2022 para 22 de maio. O anúncio do 4t22 da companhia estava previsto para acontecer na próxima quarta-feira (26).
De acordo com o comunicado da empresa, a medida foi adotada por causa do segundo pedido de recuperação judicial, feito em meados de março. “Em continuidade ao Fato Relevante divulgado em 16 de março de 2023 e em virtude dos eventos ali abordados, principalmente relacionados ao pedido de recuperação judicial e ao status das negociações em curso com um grupo de credores financeiros da Companhia, que impactam nos trabalhos de elaboração das demonstrações financeiras da Companhia (“DFP”) e na emissão do parecer dos auditores independentes, a Oi comunica a nova data para a divulgação da referida DFP para o dia 22 de maio de 2023, após a data prevista para o protocolo do seu Plano de Recuperação Judicial”, justificou.
Apesar do adiamento, a Oi antecipou alguns dados do resultado do últimos três meses do ano passado. A receita líquida de 2022 foi de R$ 12,4 bilhões, enquanto no 4t22 foi de R$ 4,6 bilhões. Já o Ebtida (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) da companhia referente as operações no Brasil foi de R$ 320 milhões no último trimestre e de R$ 2,1 bilhões no ano. O caixa da companhia ficou em R$ 3,22 bilhões.
Justiça autoriza empréstimo de US$ 275 milhões
A Oi conseguiu autorização da Justiça para obtenção de financiamento emergencial no valor de US$ 275 milhões (cerca de R$ 1,37 bilhão). A decisão foi tomada na segunda-feira (10/4) pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
De acordo com a proposta da Oi, o financiamento será dividido em duas partes. Ele terá uma parcela inicial de US$ 200 milhões e uma segunda de US$ 75 milhões.
O empréstimo utilizará a modalidade DIP (“debtor-in-possession”), modalidade de novo financiamento para uma empresa que está em processo de recuperação judicial.Nesse caso, os credores têm o direito de ocupar os primeiros lugares na fila na hora de receber o dinheiro de volta.
O pagamento será feito em 15 meses. Ele terá como garantia a participação da operadora na V. Tal, uma provedora criada pela Oi a partir do desmembramento de seus negócios de fibra óptica. A empresa é controlada pelo BTG Pactual.
Na decisão, o juiz da 7ª Vara do Empresarial do Rio destacou uma informação fornecida pela empresa. Nela, consta que, no mês de abril, o “caixa do Grupo Oi poderá atingir um nível incompatível com a gestão responsável de uma empresa desse porte, com possível impacto na manutenção regular de suas atividades”.