Oi (OIBR3): MP defende fim de recuperação judicial

O encerramento da recuperação judicial da Oi foi defendido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

O encerramento da recuperação judicial da Oi (OIBR3) foi defendido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em parecer protocolado esta semana na Justiça. O pedido vai de encontro às pretensões de bancos credores, como a Caixa Econômica Federal, que tentam na Justiça evitar o encerramento do processo.

“O Ministério Público insiste no pedido de encerramento do processo, destacando que todas as obrigações previstas para os dois primeiros anos do PRJ foram cumpridas e que eventual descumprimento de obrigação presente ou futura poderá dar ensejo a execução específica ou pedido de falência”, escreveu o Ministério Público no parecer.

Já os bancos credores questionam na Justiça se a Oi estaria cumprindo cláusula do plano de recuperação judicial que prevê o uso de recursos provenientes da alienação de ativos móveis e do capital da InfraCo para quitar antecipadamente dívidas quirografárias (não garantidas). 

Em seu parecer, o MPRJ afirmou que a viabilidade econômica da Oi e a sua capacidade para honrar obrigações futuras “não são da competência do juízo e da fiscalização do Ministério Público”. Apesar disso, a instituição reitera que “permanecerá vigilante, sobretudo (mas não apenas) em relação ao pagamento dos pequenos credores consumidores e trabalhistas”. 

Oi (OIBR3): BTG (BPAC11) mantém recomendação neutra

Os papéis da Oi (OIBR3) tiveram recomendação neutra mantida pelo BTG Pactual (BPAC11). Além disso, a casa estipulou um preço-alvo de R$ 0,25 para os próximos doze meses.

Nesta semana, a companhia telefônica divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2022, mostrando redução do prejuízo em 36%, para R$ 3,064 bilhões. Segundo os especialistas do banco, no entanto, o balanço ainda apresentou números preocupantes.

“Após o resultado, revisamos nosso preço-alvo baseado em um valuation com metodologia de DCF (fluxo de caixa descontado) para R$ 0,25 pelo fato de que a companhia mostrou um consumo de caixa acima do esperado um Capex potencialmente mais alto no curto prazo, acima do que projetávamos”, escreveu o BTG em relatório.

A respeito da saúde financeira da companhia, os analistas da instituição financeira destacam os R$ 18,3 bilhões de dívida líquida e a queima de caixa de R$ 1,4 bilhão.

“A dívida líquida da Oi neste trimestre ficou R$ 2,2 bilhões acima do 2T22 devido ao consumo de caixa, depreciação cambial e ajustes de valor. Em relação ao consumo de caixa, os dois principais foram operações financeiras (R$ 512 milhões), principalmente devido ao bônus semestral no pagamento de juros (pago em agosto) e capex (R$ 635 milhões)”, escreveram.