Oi (OIBR3) não deve apresentar reação no 3T22; entenda

Resultados da companhia devem ser parecidos com os apresentados nos últimos trimestres, segundo especialistas

Além de todo imbróglio com sua recuperação judicial, a Oi (OIBR3) tem sofrido com o cenário macroeconômico nos últimos meses. A empresa tem um endividamento alto e os juros no patamar atual só aumentam a pressão sobre o negócio e as ações da companhia. Para o terceiro trimestre, analistas esperam uma queda de quase 50% na receita líquida da Oi, e números operacionais “parecidos com os que foram apresentados nos últimos trimestres”. 

De acordo com Fabiano Vaz, analista da Nord Research, a perspectiva para Oi é de um trimestre ainda desafiador. 

“Vai bem em linha com o que o mercado está pensando. Uma queda de quase 50% da receita, um Ebitda em uma queda de quase 80% e um prejuízo para esse trimestre. Acho que operacionalmente vai ser bem parecido com os últimos trimestres”, disse Vaz. 

Segundo o analista, é possível que haja um avanço, principalmente, na parte residencial da fibra, alcançando até R$ 1 bilhão em receita neste trimestre. 

“O número seria bem interessante, mas ainda longe do que é o ideal para uma nova Oi. É uma comparação bem difícil, principalmente quando comparamos anualmente, principalmente por causa da operação da Oi Móvel, que no ano passado ainda aparecia nos resultados e agora não aparece mais”, afirmou Vaz. 

Vaz chamou a atenção para a queima de caixa da Oi e sua alavancagem atual, que deixam os desafios da empresa ainda maiores para os próximos trimestres. 

“Sem a Oi Móvel, com foco total na fibra e novos serviços, é um trimestre ainda desafiador, com juros super altos, para uma empresa com alavancagem no patamar da Oi é bem complicado. É uma empresa que está queimando caixa, vai continuar queimando caixa e tem um desafio bem grande, fora as notícias negativas que vimos nos últimos tempos, principalmente com a venda da Oi Móvel, que provavelmente está atrasando a saída da recuperação judicial”, disse o analista da Nord.
 
O CEO da Box asset management, Fabrício Gonçalvez, afirmou que a Oi deve trazer boas receitas em relação à fibra óptica – no terceiro trimestre. Mesmo assim, não deve ser o suficiente para deixar a empresa lucrativa. “A Oi poderá ser lucrativa no longo prazo. Para o terceiro trimestre, o endividamento da empresa deve apresentar uma redução”, disse Gonçalvez. 

Qual é o cenário para as ações da Oi? 

O analista de investimentos CNPI-T e aluno da Eu me banco, Gustavo Franco Freitas, explicou que, em um cenário macroeconômico mais desafiador e de aumentos consecutivos de juros com expectativa de queda apenas para o 2° semestre de 2023, empresas de crescimento como a Oi – que não dão lucro e tem fluxos de caixas estendidos para os próximos anos – perdem cada vez mais seu valor de mercado para empresas mais sólidas.

“A expectativa do mercado continua de pessimismo para as ações da Oi. A tele está passando por um processo judicial desde 2016 e desde então amarga quedas consecutivas e indicadores que não apontam melhoria tão cedo. Nesta semana, a S&P rebaixou o rating da Oi para CCC- e vê risco de reestruturação de dívida”, disse Freita.

Além de todos esses fatores, o mercado também reagiu mal ao conflito judicial sobre a venda de ativos móveis da Oi, que se intensificou nas últimas semanas.

As ações da Oi tem queda acumulada de 66,67% em 2022. Por volta das 14h desta terça-feira (08), as ações ordinárias da Oi estavam cotadas a R$ 0,25, operando com certa estabilidade, próximo ao anúncio dos resultados do terceiro trimestre. Já as ações preferenciais da Oi (OIBR4) operavam em alta de 1,61% às 14h03, cotadas a R$ 0,63.

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